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Brasil

Heleno queria agentes da Abin infiltrados nas campanhas eleitorais de 2022

‘O que tiver que ser feito tem que ser feito antes das eleições’, disse o então GSI em reunião com Bolsonaro, segundo investigação da PF

Por Ramiro Brites SEGUIR SEGUINDO Atualizado em 8 fev 2024, 20h19 - Publicado em 8 fev 2024, 12h15

O general da reserva e ex-chefe do GSI de Jair Bolsonaro, Augusto Heleno. (Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

A Polícia Federal investigou e relatou com detalhes uma reunião, em 5 de julho de 2022, com Jair Bolsonaro e homens de confiança do ex-presidente, como os seus ministros Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e Anderson Torres, e o então chefe do GSI, Augusto Heleno.

Para o ministro Alexandre de Moraes, do STF, um dos trechos da reunião é mais uma prova da existência de um “Núcleo de Inteligência Paralela”. Durante o encontro, Heleno afirmou que conversou com o então diretor-adjunto da Abin Victor Carneiro sobre infiltrar agentes de inteligência nas campanhas eleitorais de 2022.

A fala foi interrompida por Bolsonaro, advertindo para que “conversem em particular” sobre questões relacionadas à atividade da Abin. Heleno retoma a palavra dizendo que as medidas para a vitória do então presidente deveriam ser tomadas “antes das eleições”.

“Não vai ter revisão do VAR. Então, o que tiver que ser feito tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa é antes das eleições”, disse Heleno.

Os detalhes da reunião estão no inquérito que baseou Moraes a ordenar buscas e apreensões na operação da PF deflagrada nesta quinta-feira.