Dois dias depois de o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmar que o Ministério da Fazenda estava fechando uma proposta para enfrentar a crise das companhias aéreas no país, o ministro Fernando Haddad descartou um “socorro” às empresas com dinheiro do Tesouro, que envolva as despesas primárias.
“Nós estamos fazendo um levantamento da situação. Primeiro, vamos esclarecer aqui que o preço do querosene caiu durante o nosso governo. Quer dizer, isso não pode ser justificativa para o aumento de custo de passagem aérea, ele caiu durante todo o período do governo do presidente Lula, durante este ano. E nós vamos entender melhor o que está acontecendo”, afirmou Haddad, após um evento no Rio de Janeiro na manhã desta segunda-feira.
“Não existe socorro com dinheiro do Tesouro. Isso não está nos nossos planos. O que está eventualmente na mesa é viabilizar uma reestruturação do setor, mas que não envolva despesa primária”, acrescentou.
Uma proposta em discussão é criar fundo de crédito para as aéreas de até 6 bilhões de reais — cuja maior parte viria do BNDES, segundo afirmou o ministro de Portos e Aeroportos no sábado.
“Pode ter [um fundo], mas não vai envolver despesa primária. Não estamos pensando nisso”, reforçou Haddad.
O ministro disse ainda que há uma equipe montada para discutir a solução para a crise das aéreas ao longo deste mês. “Eu acredito que até fevereiro nós vamos ter um diagnóstico e uma proposta”, concluiu.