Quem não deve não teme e, se depender do governo, também não mostra. O ministro Celso de Mello deu, nesta terça, 72 horas para que o Palácio do Planalto liberasse a cópia do vídeo da reunião citada por Sergio Moro como episódio em que Jair Bolsonaro teria pressionado abertamente pela troca de comando na Polícia Federal e na superintendência do Rio.
A acusação de Moro, de que o presidente queria fazer valer seus interesses pessoais aparelhando a instituição, poderia ser vista em vídeo e em cores, mas não é bem assim. O Planalto não quer divulgar a gravação. Diz que tem segredos de Estado a zelar e vai tentar convencer Mello a aceitar tal argumento.
O ministro da AGU, José Levi Mello, argumentou que o registro da reunião guarda detalhes “de assuntos potencialmente sensíveis e reservados de Estado, inclusive de relações exteriores”. Duro vai ser convencer o decano do Supremo de que ele não é sério e confiável como magistrado para entender a gravidade do sigilo das informações que solicitou.
Aguarde-se a decisão de Mello.