O dia em que Haddad se recusou a sujar as galochas
Ele não é bem visto pelos correligionários mais radicais
Embora seja a alternativa petista para concorrer à presidência na ausência de Lula, Fernando Haddad não agrada aos correligionários considerados orgânicos, a turma mais radical, que ainda tem coragem de negar a existência do mensalão, que fala em perseguição ao partido e prefere o diabo a Dilma Rousseff.
Essa ala costuma lembrar com um episódio ocorrido no período em que Haddad era prefeito de São Paulo para exemplificar como ele não tem a cara do PT.
Numa das primeiras grandes chuvas na cidade desde que ele havia assumido o Executivo municipal, seus auxiliares entraram no gabinete com uma galocha nas mãos.
Era praxe da imagem petista o gestor próximo ao povo, disposto a sujar os sapatos na rua para sair bem na foto.
Haddad olhou os pisantes e perguntou: “Para que isso?”.
“É para o senhor ir acompanhar os trabalhos in loco”, respondeu o assessor.
Haddad nem titubeou: “Não visto isso de jeito nenhum. Serei muito mais útil aqui dentro da prefeitura, coordenando à distância, do que plantado na rua sem ter o que fazer”.
As galochas foram levadas ao armário e Haddad à condição de petista mauricinho.