Família de miliciano iria ajudar Queiroz na prisão, revela investigação
As relações do ex-assessor de Flávio Bolsonaro com o miliciano Adriano da Nóbrega
As relações de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, com o miliciano Adriano da Nóbrega, o “capitão Adriano”, morto em fevereiro deste ano, também são amplamente documentadas na ordem de prisão contra o ex-assessor de Flávio Bolsonaro.
Os investigadores do MP do Rio revelam ter localizado com a mulher de Queiroz uma série de documentos que “indicam pessoas que supostamente poderiam ajudar Fabrício Queiroz, caso fosse preso no Batalhão Especial Prisional da PMERJ, além de uma amiga da mãe de Adriano da Nóbrega, que enviaria dinheiro para o aludido investigado”.
Os investigadores ainda argumentam que Queiroz tinha “influência” sobre integrantes de milícia, o que estaria configurada numa mensagem enviada por Márcia Aguiar ao marido, transmitindo o recado de um homem que havia sido ameaçado por “meninos” integrantes da milícia de Itanhangá, bairro do Rio.
“Eu queria que se dese para ele (Queiroz) ligar, se conhecer alguém daqui, Tijuquinha, Rio das Pedras, os ‘meninos’ que cuida daqui (sic)”, pede o homem ameaçado pela milícia à mulher de Queiroz.
Segundo o MP, Queiroz se comprometeu a resolver o problema, intercedendo pessoalmente junto aos milicianos, quando estivesse no Rio, demonstrando, segundo o juiz, “sua periculosidade” por ainda manter influência sobre o grupo criminoso. Ele, contudo, explica à mulher que não pode falar sobre aquele assunto por telefone, pois poderia estar grampeado.
“O Márcia, avisa a ele que é impossível ligar pra alguém, entendeu? Isso aí vai uma ligação dessa acontece de eu estar grampeado, vai querer me envolver em alguma coisa aí porque o pessoal daí vai estar tudo grampeado”, diz o diálogo presente da decisão que autorizou sua prisão.