Em delação, Mauro Cid disse que comandante da Marinha “anuiu com o golpe”
Decisão de Moraes que autorizou operação deflagrada pela PF nesta quinta aponta que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro delatou o almirante Almir Garnier
Na decisão em que autorizou a operação deflagrada pela PF nesta quinta-feira, 8, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, apontou que o “colaborador” Mauro Cid delatou o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha que foi alvo de um dos mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal.
Segundo Moraes, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que fechou acordo de colaboração de delação premiada com a PF no ano passado, confirmou que o militar “anuiu com o Golpe de Estado, colocando suas tropas à disposição do Presidente”, em reunião com o então chefe.
A informação consta no trecho do despacho em que o ministro elencou mensagens de WhatsApp que implicaram o general Walter Braga Netto na tentativa de golpe. Em uma delas, o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa do governo Bolsonaro orienta outro militar a elogiar Garnier e atacar os então comandantes do Exército e da Aeronáutica, que não teriam topado a aventura.
“As referidas mensagens vão ao encontro, conforme aponta a Polícia Federal, dos fatos descritos pelo colaborador MAURO CID, que confirmou que o então Comandante da Marinha, o Almirante ALMIR GARNIER, em reunião com o então Presidente JAIR BOLSONARO, anuiu com o Golpe de Estado, colocando suas tropas à disposição do Presidente, tudo de acordo com as imagens acima lançadas”, escreveu Moraes na decisão.