As eleições para as seccionais da OAB estão chegando em vários estados e o processo tem particularidades que não guardam semelhança com os pleitos para cargos públicos no país. A começar pelas chapas, que são enormes, formadas por quase uma centena de pessoas.
Os advogados votam não só para presidente e vice, mas em um grupo fechado com uma dezena de postos, como conselheiros federais e estaduais, seus respectivos suplentes, além de secretário, tesoureiro e outros cargos da burocracia da entidade. Dessa profusão de gente surgem muitas vezes histórias em que outrora rivais terminam por encabeçar uma mesma chapa, por exemplo.
Nas eleições da OAB da Paraíba, dividem uma mesma chapa um advogado que foi acusado de assédio sexual por sua secretária em 2017 quando ocupava o cargo de dirigente da seccional e uma advogada que entrou com pedido de providências, em 2019, ao presidente da entidade à época solicitando que esse mesmo dirigente fosse retirado de seu posto em razão das denúncias. No pleito deste ano, na chapa com cerca de 80 pessoas, ela tenta ser eleita ao cargo de suplente de conselheiro federal e ele, de presidente da Caixa de Assistência dos Advogados.