Desastre no RS muda debate sobre controle de gastos no governo
Avaliação de aliados do Planalto é de que governo tem agora amplo apoio político para ampliar despesas no duro desafio de reconstruir as cidades gaúchas
A catástrofe climática que devastou várias regiões do Rio Grande do Sul e que ainda ameaça cidades ao Sul do estado mudou completamente o debate sobre gastos do governo em Brasília.
Não há mais, no Parlamento, quem levante a bandeira do corte de gastos diante de tantos desafios a serem superados no socorro aos milhares de moradores afetados pelas chuvas. Prova disso foi o apoio sólido da oposição a Lula ao texto que encaminhou as primeiras ações de socorro financeiro ao estado, nesta terça, no Senado.
Se o Planalto poderá descumprir metas tendo uma boa justificativa para isso, o mesmo não pode ser dito sobre outros gastos engatilhados no Congresso. O bônus da magistratura, por exemplo, deve ser engavetado por Rodrigo Pacheco nesta semana.
Não há clima para ampliar mordomias da elite do serviço público num momento em que falta tudo nas cidades gaúchas.
O desafio, na avaliação de senadores ouvidos pelo Radar nesta terça, será monitorar os gastos do governo para evitar que a corrupção vista na pandemia se repita nos gastos emergenciais no Sul.