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Depois de Lula atacar investigação, ministro critica divulgação de provas

Chefe da Secom, Paulo Pimenta questionou o objetivo da juíza Gabriela Hardt ao retirar o sigilo sobre documentos que embasaram operação da PF contra o PCC

Por Gustavo Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 mar 2023, 12h23 - Publicado em 24 mar 2023, 12h07
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  • Depois de o presidente Lula sugerir, nesta quinta-feira, que o plano do PCC para matar o senador Sergio Moro e outras autoridades é “mais uma armação do Moro”, a juíza federal Gabriela Hardt, que autorizou a operação que prendeu nove suspeitos no dia anterior, retirou o sigilo sobre o processo e divulgou as provas coletadas durante a investigação da Polícia Federal.

    Na manhã desta sexta, o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, foi às redes sociais criticar a magistrada da 9ª Vara Federal de Curitiba por revelar os documentos.

    “Isso ajuda na investigação e nas ações contra essa poderosa organização criminosa? Qual o objetivo da juíza em retirar o sigilo?”, questionou o chefe da Secom.

    Segundo Pimenta, Gabriela “acaba expondo as investigações e, consequentemente, atrapalhando-as, já que as apurações seguem em curso e tratam de um tema sensível, que é o das organizações criminosas”. “Seu objetivo foi ajudar a PF?”, insistiu.

    O ministro disse ainda acreditar esse é um inquérito importante, que envolve uma perigosa organização criminosa que planejava atentados contra autoridades e “não pode ser ‘capturado’ por interesses pessoais de ninguém”. “Polícia Federal, MP e Poder Judiciário são instituições do Estado”, comentou.

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    “Uma juíza retirar o sigilo de um inquérito sensível e perigoso que ainda está em curso, sem combinar com a PF que está no comando da investigação ajuda no que? Tudo isso para ajudar a narrativa de um amigo? Vocês acham normal? Não se indignam?”, concluiu o petista, insinuando que Gabriela agiu em prol do ex-juiz Sergio Moro, a quem ela substituiu no comando da Operação Lava-Jato no Paraná, em 2018.

    Ao ser questionado sobre a operação da PF contra o PCC, Lula disse que queria ser cauteloso e iria descobrir “o que aconteceu”, mas declarou que “é visível que é uma armação do Moro”. Na sequência, fez também insinuações contra a juíza.

    “Mas eu vou pesquisar e vou saber por que da sentença [sic]… Eu até fiquei sabendo que a juíza não estava nem em atividade quando deu o parecer pra ele, mas isso a gente vai esperar. Eu não vou ficar atacando ninguém sem ter provas. Eu acho que é mais uma armação, e se for mais uma armação, ele vai ficar mais desmascarado ainda, eu não sei o que ele vai fazer da vida se ele continuar mentindo do jeito que tá mentindo”, afirmou o presidente a jornalistas, pegando até aliados de surpresa.

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    Com a chegada do juiz Eduardo Appio para comandar a 13ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela voltou a ser juíza substituta na divisão judiciária. A operação de quarta-feira teve como sede a 9ª Vara da capital paranaense, mas a titular estava de férias e o processo foi redistribuída para a juíza.

    Ela, inclusive, já discutiu com Lula durante um interrogatório e o repreendeu dizendo que “se começar nesse tom comigo, a gente vai ter problema”. A magistrada também o condenou a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do sítio de Atibaia. Na sentença, ela copiou trechos da decisão de Moro para condenar Lula no caso do tríplex do Guarujá. As ações contra o petista na Lava-Jato foram anuladas pelo STF.

    9ª Vara Criminal, cuja magistrada titular saiu de férias na semana passada, o que levou a uma redistribuição do inquérito, com as decisões ficando a cargo de Hardt.”

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