Conforme o Radar mostrou em agosto passado, a secretaria de Fazenda do governo de Cláudio Castro prepara um inventário dos ativos verdes do Rio, como florestas e parques naturais, para negociar títulos no mercado de créditos de carbono.
Segundo o levantamento que ainda está em elaboração pelos técnicos da secretaria, o Estado poderia obter até 1 bilhão de reais em receitas por meio desta fonte a partir de 2024. O valor, segundo o secretário Nelson Rocha, foi estimado com base em uma projeção conservadora sobre os chamados estoques de carbono do estado.
Sabe-se que áreas verdes são ótimas para sequestrar moléculas de carbono da atmosfera. O Rio é conhecido por suas belezas naturais e só na capital, por exemplo, estão duas das maiores florestas urbanas do mundo, a Floresta da Tijuca e o Parque Estadual da Pedra Branca, que cobre vários bairros da zona oeste. Os técnicos da Fazenda equacionam como se dará a oferta de títulos referentes a esses estoques de carbono, que são medidos em toneladas.
A estimativa é que o estado tenha disponível pelo menos 400 milhões de toneladas de moléculas de carbono à sua disposição. A previsão de 1 bilhão de reais considera apenas 1% do valor dos estoques. A base do cálculo toma como base o preço de 50 dólares por tonelada de carbono e uma taxa de câmbio de 5 reais. Pelo pelo menos 10% das receitas obtidas com as vendas de títulos serão utilizados para abater parte da dívida de 172 bilhões de reais do Rio com a União no âmbito do Regime de Recuperação Fiscal.