Autor de mensagens pressionando o ex-ajudante de ordens Mauro Cid a convencer Jair Bolsonaro a dar um golpe, como revelado por VEJA, Jean Lawand Júnior foi convocado para a CPMI do 8 de janeiro nesta terça-feira, às 9h, mas poderá invocar o direito ao silêncio diante de perguntas que possam levá-lo a se autoincriminar.
O relatório da Polícia Federal sobre o conteúdo do celular de Cid mostra que ele não rechaça nenhum dos apelos do colega – o que torna provável que parte grande parte das perguntas da ala governista da CPMI a Lawand se dediquem à tentativa de encontrar elos concretos entre Bolsonaro e o roteiro do golpe achado no aparelhjo.
Em entrevista à live Os Três Poderes em 16 de junho, o presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), afirmou que “uma pessoa tão próxima ao presidente, com esse nível de comportamento, sem dúvida, traz uma condição de suspeição para o governo passado”, se referindo ao ex-ajudante de ordens.
“Não é uma coisa banal que alguém que está no Planalto, trabalhando com o presidente, faça uma minuta daquela gravidade”, completou.
A revelação na reportagem exclusiva de VEJA fez a carreira de Lawand ruir.
Por ora, não se pretende afastá-lo do cargo de subchefia que ocupa no Estado-Maior do Exército. Mas o comandante da força, Tomás Paiva, e o chefe do Estado-Maior, general Fernando Soares, decidiram cancelar imediatamente um plano de promoção de Lawand, que seria designado para uma disputada representação militar em Washington, nos Estados Unidos.