Com cúpula regional, Lula receberá Maduro e outros líderes latinos
Todos os chefes de governo da América do Sul foram convidados para encontro nesta semana, em Brasília
Lula vai receber, nesta terça-feira, presidentes de pelo menos dez países da América do Sul para uma cúpula de líderes da região, que tem como objetivo identificar focos de parcerias e perspectivas para o continente.
Todos os chefes de governo da América do Sul foram convidados. A expectativa do Planalto é de que quase todos — o Peru é dúvida — os presidentes participem, incluindo Nicolás Maduro, da Venezuela, que chegou a Brasília na noite deste domingo.
O venezuelano terá uma reunião privadas e outra ampliada com Lula na manhã desta segunda, e participará de uma cerimônia de assinatura de atos no Palácio do Planalto. Na sequência, haverá um almoço em homenagem ao Maduro e sua esposa, Cilia Flores de Maduro, no Palácio Itamaraty.
A última vez que o presidente da Venezuela esteve no Brasil foi em 2015, na posse do segundo mandato de Dilma Rousseff. Em 2019, Jair Bolsonaro rompeu relações diplomáticas com o governo Maduro, que foram restabelecidas apenas no início do governo Lula.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a visita oficial do venezuelano servirá para que ele e o brasileiro repassem “os avanços no processo de normalização das relações bilaterais” e conversem sobre os “processos de diálogo interno na Venezuela, com vistas à realização das eleições de 2024”.
“O comércio bilateral alcançou cerca de US$ 1,7 bilhão em 2022, com exportações brasileiras de US$ 1,3 bilhão e importações de quase US$ 400 milhões. Vale recordar que o intercâmbio entre os dois países chegou a alcançar US$ 6 bilhões em 2013, o que demonstra o potencial da relação e enseja o aprofundamento do diálogo com vistas à retomada das parcerias econômicas, da complementariedade de cadeias produtivas e da remoção de obstáculos ao comércio”, conclui a nota oficial do Itamaraty, que não menciona a crise humanitária no país vizinho que já levou mais de 5 milhões de pessoas a deixarem a Venezuela.