Castro desafia governo federal e dá reajuste de 13% a servidores
Ministério da Economia recomendou retirar o RJ do plano de recuperação fiscal; auxiliar do governador diz que programa federal é 'de extermínio do servidor’
O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), ignorou as orientações do governo federal e oficializou nesta sexta-feira o reajuste salarial de 13,05% do funcionalismo público estadual.
Há algumas semanas que técnicos do ministério da Economia alertam para o fato de o estado do Rio estar descumprindo contrapartidas do plano de recuperação fiscal no qual lhe é permitido rolar dívidas com a União desde que tome medidas de ajuste econômico, entre as quais o congelamento de aumentos salariais acima da inflação, que em 2021 ficou em 10,6%.
A gestão de Castro chama o aumento de recomposição salarial, diz que cumpre as exigências federais no acordo e argumenta que as contas do estado estão no azul.
A questão em torno do plano de recuperação foi o segundo embate neste ano entre Castro e o governo federal de seu aliado e correligionário Jair Bolsonaro (PL). O primeiro foi em torno das regras da concessão do aeroporto Santos Dumont à iniciativa à privada.
Na polêmica atual Castro deu prioridade aos servidores estaduais, uma força política que não pode ser desprezada em ano eleitoral. Um auxiliar do governador deu o tom ao Radar de como a gestão de seu chefe lidará com o assunto. “O plano é de recuperação fiscal e não de extermínio do servidor público”, disse.