A ex-corregedora-geral do Ministério Público de São Paulo Tereza Exner considera o atual chefe do MP-SP, Mario Sarrubbo, “um amigo”, mas põe sua candidatura à Procuradoria-Geral de Justiça como oposição à atual gestão.
“Eu não sou a candidata do procurador-geral. Então, eu sou de oposição. Mas, sempre tive uma postura, muito de contribuição, de diálogo”, afirma.
Além de Tereza, outros quatro candidatos disputam a sucessão de Sarrubbo. De grupos opostos ao atual PGJ, Antonio Carlos Da Ponte e José Bonilha. Já as candidaturas de Paulo Oliveira e Costa e José Carlos Cosenzo são consideradas de situação.
“Espero que daqui a alguns anos, o fato de ter uma mulher, ou duas, ou três, disputando já seja algo absolutamente do processo natural, ainda não é, mas a gente luta para que isso ocorra”, defende a procuradora.
O plano de gestão de Exner, além de convicções próprias, é fruto de conversas que tem tido com colegas do MP, instituição que, segundo ela, cresceu muito nos últimos anos e carece de investimentos para uma “estrutura robusta”. Ela propõe recorrer a novas tecnologias e fechar parcerias com universidades.
“Investir na estrutura da instituição, para racionalizar as tarefas e, com a ajuda indispensável dos novos recursos tecnológicos, inclusive fazendo parcerias com universidades públicas, com as quais eu já tenho conversado para troca de conhecimentos”, projeta Tereza.
Em relação ao combate à criminalidade, a procuradora destaca a importância de tomar decisões nas áreas que merecem mais atenção, com o aporte em dados estatísticos.
“As informações são processadas de forma muito rápida, dados são muito importantes, nós temos que ter um foco muito grande nessa área de combate a toda a forma de violência, de criminalidade, e também evidentemente a criminalidade organizada”.
Ela considera as câmeras corporais nos uniformes uma medida que garante a segurança dos próprios policiais e que gera “maior confiabilidade e reconhecimento ao trabalho da Polícia Militar”. A procuradora também se diz “absolutamente contra” a ampliação do direito do porte de armas, pois a “defesa do cidadão tem que ser feita pelo Estado”.
Exner opinou ainda a respeito de temas em discussão no Congresso e nas cortes superiores, que dividem a sociedade. Sobre a descriminalização das drogas, diz que a discussão mais adequada deve ser no Legislativo, já criminalização do aborto decorrente de estupro considera “uma barbaridade, uma verdadeira tortura”.