Cabral, quem diria, cortou a fila de Eduardo Cunha e Eike Batista
Roubalheira no Rio teve muitos personagens, nenhum superior a Cabral; acordo limita ainda mais as vagas no purgatório dos delatores
Eduardo Cunha, Eike Batista, Sérgio Cabral… O trio apostava uma corrida surda pela vaga de delator na Lava-Jato. Os três bateram na porta do MPF para oferecer suas confissões, mostraram a listinha de pecados, mas nenhum deles levou. Por um motivo elementar, aos olhos dos investigadores, o trio contava menos do que sabia. Bem menos.
Cabral, o chefão do esquema no Rio, era azarão nesse processo. Em sua delação, Eike topava admitir crimes como o pagamento de propina a Cabral e seu bando. Cunha, por sua vez, detalhava o que sabia dos acertos do colega de MDB com empreiteiras.
Como se vê, Cabral era o alvo a ser delatado por corruptores e comparsas, não o delator. E é por isso que o feito de seus advogados, que conseguiram uma delação da Polícia Federal, se torna tão particular.