Durante o debate presidencial deste sábado promovido por VEJA e um pool de veículos de comunicação, Jair Bolsonaro (PL) seguiu a cartilha de se desresponsabilizar por absurdos do seu governo. O presidente disse que não tem ingerência sobre como são aplicados os valores repassados via emendas parlamentares no chamado orçamento secreto. Ele repetiu o que tem dito na campanha, de que vetou o projeto de lei, mas que o Congresso derrubou o seu veto.
Na verdade, não foi bem assim. Bolsonaro teve de fato um veto derrubado em 2020, mas, no ano seguinte, por um acordo com o Congresso, uma nova lei que legalizou a prática foi instituída. Já para o orçamento deste ano e do ano que vem, as chamadas emendas de relator foram mantidas.
“O orçamento secreto, eu vetei. O Congresso derrubou o veto com o apoio das senadoras aqui. Eu não tenho qualquer acesso ao orçamento secreto. Então, realmente, esse dinheiro, 18 bilhões de reais atualmente, seria muito melhor distribuído para outras áreas do governo. Agora, pela segunda vez, [os parlamentares] iam derrubar o veto de novo. Eu não tenho acesso. Eu não sei para onde vai o dinheiro desse tal orçamento secreto”, disse.