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Barroso diz que ‘pessoas de bem sabem quem é o farsante nessa história’

O presidente do TSE e ministro do STF fez um pronunciamento em resposta a Jair Bolsonaro há pouco

Por Gustavo Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 set 2021, 11h11 - Publicado em 9 set 2021, 10h57

As respostas ao discurso golpista do presidente Jair Bolsonaro nos atos de 7 de setembro continuam em Brasília. O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, fez há pouco um pronunciamento na abertura da sessão plenária do tribunal e disse que “todas as pessoas de bem sabem quem é o farsante nesta história”.

Rebatendo a declaração de Bolsonaro de que não poderia participar de “uma farsa como essa patrocinada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral”, o alvo do ataque lembrou que Bolsonaro tem alardeado que houve fraude na eleição em que o próprio foi eleito, em 2018, e que não atendeu aos pedidos da Justiça para apresentar as supostas provas.

“Após uma live que deverá figurar em qualquer futura antologia de eventos bizarros, foi intimado pelo TSE para cumprir o dever jurídico de apresentar as provas, se as tivesse. Não apresentou. É tudo retórica vazia, contra pessoas que trabalham sério e com amor ao Brasil, como somos todos nós aqui. Retórica vazia, política de palanque”. declarou.

“Hoje em dia, salvo os fanáticos, que são cegos pelo radicalismo, e os mercenários, que são cegos pela monetização da mentira, todas as pessoas de bem sabem que não houve fraude e quem é o farsante nessa história”, complementou.

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Ao final do discurso, Barroso declarou que “insultou não é argumento, ofensa não é coragem e a incivilidade é uma derrota do espírito”.

“A falta de compostura nos envergonha perante o mundo. A marca Brasil sofre, nesse momento, triste dizer isso, uma desvalorização global. Não é só o real que está desvalorizando. Somos vítimas de chacota e de desprezo mundial. Um desprestígio maior do que a inflação, do que o desemprego, do que a queda de renda, do que a alta do dólar, do que a queda da Bolsa, do que o desmatamento da Amazônia, do que o número de mortos pela pandemia, do que a fuga de cérebros e de investimentos. Mas pior que tudo, a falta de compostura nos diminui perante nós mesmos”, afirmou o ministro.

“Não podemos permitir a destruição das instituições para encobrir o fracasso econômico, social e moral que estamos vivendo. A democracia tem lugar para conservadores, liberais e progressistas. O que nos une na diferença é o respeito à Constituição, aos valores comuns que compartilhamos e que estão nela inscritos. A democracia só não tem lugar para quem pretende destruí-la”, concluiu.

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No começo de sua fala, Barroso, que também é ministro do STF, lembrou que o presidente da Corte, Luiz Fux, já se manifestou “com o vigor que se impunha”, nesta quarta, com relação aos ataques de Bolsonaro ao Supremo, a seus integrantes e às instituições.

“A mim, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral cabe apenas rebater o que se disse de inverídico com relação à Justiça Eleitoral. Faço isso em nome dos milhares de juízes e servidores que servem ao Brasil com patriotismo, não o da retórica de palanque, mas o do trabalho duro e dedicado e que não devem ficar indefesos diante da linguagem abusiva e da mentira”, declarou o ministro.

Ele comentou que ainda que já começa a ficar cansativo no Brasil ter que repetidamente desmentir falsidades, “para que não sejamos dominados pela pós-verdade, pelos fatos alternativos, para que a repetição da mentira não crie a impressão de que ela se tornou verdade”.

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“É muito triste o ponto a que chegamos”, declarou o chefe do TSE.

O ministro fez uma reflexão sobre as “provações pelas quais têm passado as democracias contemporâneas” e comentou que “a democracia vive um momento delicado em diferentes partes do mundo”.

Barroso citou os exemplos de Hungria, Polônia, Turquia, Rússia, Ucrânia, Geórgia, Filipinas, Venezuela, Nicarágua e, mais recentemente, El Salvador e concluiu: “é nesse clube que nós não queremos entrar”.

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O magistrado apontou que a erosão da democracia nesses casos “não se deu por golpe de Estado sob as armas de generais e dos seus comandados”.

“A subversão democrática nesses países a que me referi se deu pela condução de líderes políticos, primeiros-ministros e presidentes da República, eleitos pelo voto popular, e que em seguida, medida por medida, vêm desconstruindo os pilares que sustentam a democracia e pavimentando o caminho para o autoritarismo”, afirmou.

Sem citar Bolsonaro nominalmente, o presidente do TSE apontou várias características que se aplicam a ele em três fenômenos: populismo, extremismo e autoritarismo.

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Ele então passou a rebater, ponto a ponto, as imputações de Bolsonaro sobre a Justiça Eleitoral, “no tom, vocabulário e a sintaxe que [o presidente da República] é capaz de manejar”.

Em uma paródia da passagem bíblica adotada pelo presidente, Barroso diz que o slogan do Brasil hoje parece ser “conhecerás a mentira, e a mentira te aprisionará”.

Defendendo a segurança das urnas eletrônicas, atacadas pelo presidente, o ministro comentou que “o sistema é certamente inseguro para quem acha que o único resultado possível é a própria vitória”.

“Como já disse antes, para maus perdedores, não há remédio na farmacologia jurídica”, disse.

Barroso também afirmou que Bolsonaro empreendeu por quase três anos uma “campanha diuturna e insidiosa” contra as urnas eletrônicas e criou uma dúvida artificial sobre os equipamentos, com o auxílio de uma “máquina governamental de propaganda”.

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