Lula prestou depoimento nesta quarta-feira na Justiça Federal de Brasília no processo da Operação Zelotes, que investiga o pagamento de propina ao petista em troca da edição de uma medida provisória que beneficiou a indústria automobilística.
O roteiro da fala de Lula foi o mesmo visto em investigações da Lava-Jato. Ele continua se considerando a alma mais honesta do país. O problema é que os investigadores já haviam interrogado outros enrolados no mesmo esquema. As contradições logo apareceram.
Quando falou na Polícia Federal, Lula negou ter se reunido com o lobista que armou a compra da medida provisória. Nesta quarta, ciente de que Gilberto Carvalho, seu ex-chefe de gabinete, havia confirmado uma reunião sobre a MP 471, Lula mudou o discurso. Agora, ele disse achar – mas não se lembrava com certeza – que teve uma reunião, mas sem representantes das empresas pagadoras da propina.
Lula cantou de galo que tudo no Planalto era registrado. Questionado sobre a tal reunião, não soube explicar por que de justamente a tal reunião da MP da propina ficou sem registro.
A reunião, aliás, é o grande ponto falho no discurso da turma. O lobista que mediou o esquema diz que ela nunca aconteceu. Gilbertinho disse que ela aconteceu, sim, e Lula começou a se lembrar a conversa. Ficou complicada a situação do petista.