Antes de depor, Zambelli enviou à PF lista das ‘mentiras’ do hacker
Ofício enviado a delegado da Polícia Federal mostrou divergências em manifestações de Walter Delgatti sobre o mesmo assunto
Carla Zambelli prestou na terça-feira depoimento à Polícia Federal sobre o caso em que é acusada de patrocinar Walter Delgatti a invadir os computadores do Conselho Nacional de Justiça e de um suposto plano de deslegitimação das urnas eletrônicas, envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes do Ministério da Defesa.
O interrogatório durou cerca de uma hora e meia e a deputada respondeu a todos os questionamentos. Antes de depor, a defesa de Zambelli enviou uma lista ao delegado da Superintendência da PF em Brasília, em que detalha as divergências nas manifestações do hacker sobre o caso.
O advogado Daniel Bialski elencou diferentes versões sobre seis assuntos, em quatro manifestações de Delgatti — dois depoimentos à PF, um à CPMI do 8 de janeiro e outro à CPI do Legislativo do DF sobre os Atos Antidemocráticos.
“Divergências que comprovam que o investigado é useiro e vezeiro em mentir”, escreveu o advogado à PF.
Em cada declaração, ele diz que se encontrou com Zambelli em um local diferente. Ora na Rodovia Bandeirantes, ora na Rodovia Anhanguera, numa lanchonete ou num posto de combustíveis. Ele também diverge, nas quatro manifestações, sobre o número de vezes em que esteve no Palácio do Alvorada e no Ministério da Defesa.
O advogado também aponta que Delgatti diverge sobre o acesso aos sistema do CNJ, se a deputada teria dado às ordens e se o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha conhecimento sobre a invasão.
Ele ainda teria divergido sobre ter grampeado o ministro Alexandre de Moraes, do STF; sobre a elaboração de um mandado de prisão falso incluso nos computadores do CNJ em desfavor do magistrado e também sobre os valores recebidos pelo hacker.