A jogada de Paes na coligação do PSD com PDT no Rio
Prefeito da capital desistiu de lançar candidato próprio ao governo do estado e seu indicado será vice na chapa encabeçada pelo PDT
Eduardo Paes (PSD) sustentou enquanto pôde o plano de lançar candidato próprio para disputar o governo do estado do Rio de Janeiro neste ano. O ex-presidente da OAB Felipe Santa Cruz era a sua aposta que, contudo, não decolou nas pesquisas. Na última semana o prefeito do Rio anunciou junto com o cacique do PDT Carlos Lupi uma aliança para que o ex-prefeito de Niterói, o pedetista Rodrigo Neves, seja o cabeça de uma chapa que terá Santa Cruz de vice.
O acordo, que começou a ser costurado em fevereiro, chegou a ser dado como enterrado, mas ressuscitou na última semana. Um aliado de Paes contou ao Radar que a desistência de lançar candidato próprio vai além do simples fato do seu indicado não ter pontuado a contento nas pesquisas até agora.
Paes tentará a reeleição à Prefeitura do Rio em 2024, mas não é segredo que o seu sonho é ser governador. Segundo esse aliado, que pediu anonimato, ter uma derrota acachapante nas eleições estaduais com seu candidato este ano reduziria o seu cacife político, dado que Paes é tido atualmente como uma das principais lideranças do Rio, mas que ainda sofre com uma taxa alta de rejeição– de 36% segundo pesquisa Datafolha de abril.
“O Paes não vai arriscar enfraquecer a posição dele quando for tentar a reeleição daqui dois anos. Então foi uma boa jogada indicar o vice na chapa do Neves. Ele mantém o capital político e aposta em um barco que já tem 10 pontos na corrida”, disse um aliado.