O secretário especial de desestatização do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, disse em entrevista ao Radar Econômico que a contratação de usinas termelétricas movidas a gás natural será feita com ou sem a obrigação incluída no texto da Medida Provisória da privatização da Eletrobrás. A inclusão desta obrigação pelo relator da Medida Provisória na Câmara, deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), gerou um grande barulho com as associações de indústria e do setor elétrico por se tratar de um jabuti dentro da MP.
Da forma como foi proposta originalmente pelo deputado Elmar, o governo ficaria obrigado a contratar a um preço pré-definido e em determinados locais pré-estabelecidos, o que obrigaria a um grande investimentos em gasodutos pelo país e encareceria o preço da energia. Mac Cord diz que o governo fez um grande esforço e o texto foi alterado mais uma vez e aprovado prevendo apenas a obrigação da contratação das térmicas, algo que o governo já faria por conta da conjuntura: as térmicas a óleo serão aposentadas por serem caras e mais poluentes, as usinas de energia eólica são intermitentes e precisam de complemento e as usinas hidrelétricas sofrem com o regime de chuvas que mudou por conta do aquecimento global e já não retêm água suficiente nos reservatórios.
Mac Cord garante que o preço estabelecido para a energia das novas térmicas terá teto equivalente a 300 reais o MW, que foi praticado no último leilão de energia. O texto da MP está agora sendo trabalhado pelo Senado Federal, sob relatoria do senador Marcos Rogerio (DEM-RO). O Senado precisa aprovar a MP já na próxima semana para dar tempo, se houver alteração, ser novamente apreciado pela Câmara e ir à sanção presidencial antes de caducar.