Cristiano Pinto da Costa, presidente da Shell Brasil, afirmou que o Brasil é uma das maiores potências energéticas do mundo e um mercado fundamental para a transição do modelo de energia. Costa participa do Brazil Economic Forum, evento promovido por VEJA e Lide em Zurique, na Suíça.
Segundo Costa, a transição energética de combustíveis fósseis para renováveis até 2050, precisa ser feita de forma justa e responsável. “É possível que demore um pouco mais de tempo, infelizmente”, afirmou ele apresentando os cenários traçados pela companhia. “Temos que entender e aceitar que as fontes de energia vão conviver por algumas décadas enquanto substituímos uma forma tradicional de consumir energia por formas novas”.
Pela posição do Brasil de ser um dos países com a matriz energética mais limpa, a Shell tem apetite para aumentar o investimento no país. Atualmente, a empresa é a segunda maior produtora de petróleo e gás no país, atrás da Petrobras. A Raízen, de Shell e Cosan, é a maior produtora de etanol do mundo.
Segundo Costa, para aumentar os investimentos, é necessária uma estabilidade jurídica. Ele cita, por exemplo, a criação de um imposto sobre exploração de petróleo que vigorou durante 2023 como forma de compensar a desoneração dos combustíveis para o consumidor como um exemplo da instabilidade para o setor de óleo e gás. Ele também cita a alta carga tributária como um empecilho. “De três barris de petróleo produzidos no país, dois ficam em pagamento de impostos, participação especial e royalties para o governo brasileiro”.
O presidente da empresa também defendeu a exploração da margem equatorial, que vai do litoral do Rio Grande do Norte ao Amapá, seguindo protocolos e condições definidos pelo Ibama.
A regulamentação de novas fontes de energia, como eólicas offshore, é elencada como um outro ponto de melhoria para atrair mais investimentos no setor de energia brasileiro.