VEJA Mercado | Fechamento da semana | primeiro a 5 de maio
O Ibovespa, principal índice do mercado financeiro, fechou a última semana em leve alta de 0,61%, operando sem fortes emoções durante a maior parte dos quatro pregões que sucederam o feriado do Dia do Trabalho. O índice ganhou um grande fôlego apenas na sexta-feira, 5, quando registrou uma alta de 2,84%. Duas sinalizações dadas durante o pregão que encerrou a semana de negociações se destacaram entre investidores. O temor de uma crise financeira nos Estados Unidos foi reduzido com a divulgação de fortes dados de emprego e análises que apontam para a resiliência de bancos regionais, que têm sido vetores de preocupação quanto à economia americana. S&P 500 e Nasdaq Composite, índices locais, tiveram altas de 1,85% e 2,25%, respectivamente, na sexta e puxaram a bolsa brasileira para cima. O dólar, por sua vez, fechou a semana cotado a 4,95 reais, uma queda de 0,73% no período, mesmo com o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, tendo aumentado os juros do país em 0,25 ponto percentual — um movimento amplamente esperado.
Também agradando o mercado, o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, fez uma sinalização relevante em meio à promessa de reformas, além da alta de juros. Em entrevista à rádio CBN, Haddad mostrou confiança de que tanto o novo arcabouço fiscal quanto a reforma tributária serão aprovados pela Câmara dos Deputados nos próximos dois meses. Vale lembrar que o arcabouço, que tem estimulado uma busca por aumento de receita, levou o governo a baixar uma medida provisória (MP) na última segunda-feira a fim de taxar investimentos no exterior. Haddad também defendeu que a meta de inflação perseguida pelo Banco Central passe a ser contínua e não atrelada a anos específicos. Se implementada, a mudança poderia facilitar a redução da Selic, mantida em 13,75% pela sexta vez consecutiva nesta semana.
Para ficar no radar dos investidores, a Advocacia-Geral da União (AGU) ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) que aumenta o poder do governo federal sobre a Eletrobras. A AGU pede que o “peso” do voto de acionistas da empresa tenha um limite de 10%, equivalente ao do governo desde a privatização da companhia, independente do percentual de ações detidas. Como o fato veio a público ao final da sexta-feira, 5, resta acompanhar qual será a dimensão de seu impacto na cotação da Eletrobras na bolsa.
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