A “guinada desfiscalista” do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode provocar um revés e tanto para o real. A leitura de alguns economistas é que a moeda brasileira será reposicionada frente aos seus pares se os discursos e políticas do novo governo se mantiverem no caminho de criação de novos gastos sem a divulgação de diretrizes relevantes para os investidores, como a nova âncora fiscal do país e o nome do futuro ministro da Fazenda. “Qualquer pessoa que prega por responsabilidade fiscal não é contra programas sociais, isso é fato. O que é precificado pelo mercado é a expansão de gastos sem uma fonte sustentável de recursos”, avalia Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.
“Nós já tínhamos um câmbio pressionado para o final do ano, mas nós precisamos colocar o Brasil em um outro patamar para qual seus pares que não tiveram tal guinada desfiscalista na política”, concluiu. O dólar fechou o dia em forte alta de 4,12%, cotado a 5,395 reais. Foi o dia de maior valorização da moeda americana desde novembro de 2016, quando a possibilidade de cassação da chapa Dilma-Temer colocou em risco o futuro do governo àquela época.
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