O Bradesco revisou suas metas para 2022, o que o mercado chama de guidance, e já prevê que suas margens vão dobrar com a alta dos juros. O banco começou o ano acreditando que suas margens com clientes ficariam entre a 8% a 12%, agora prevê que vão ficar entre 18% e 22%. No primeiro trimestre, a margem atingiu 19,6% e o banco teve um aumento no lucro de quase 5%, chegando a 6,8 bilhões de reais, não se abalando nem com o aumento da inadimplência e das provisões para devedores duvidosos.
O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, disse que a mudança do guidance se deu pela mudança de perspectiva nos cenários, com a guerra. Ele disse que, no ano passado, quando fizeram o guidance, ainda havia expectativa de controle de inflação. Agora a expectativa é de que os juros continuem subindo ao longo de 2022 e que a taxa deve continuar alta ao longo do primeiro semestre de 2023. É o efeito já conhecido por todo mundo. Quanto mais juros, mais os bancos ganham. Prova disso, é que apesar de prever que a margem com cliente vai aumentar, o banco não mudou a expectativa para o crescimento da carteira de crédito.
A margem com clientes em um banco reflete as receitas com a intermediação financeira, ou seja, é o resultado dos juros que a instituição recebe das operações de crédito versus o que remunera os clientes. A margem é extremamente sensível ao que acontece na carteira de crédito. As ações do banco subiam 1,3% no início do pregão na B3 nesta manhã de sexta-feira, 6.
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