O Brasil e o México lideram a participação no mercado de construção da América Latina, segundo o relatório International Construction Market Survey (ICMS) 2024, publicado pela empresa global de serviços Turner & Townsend, especializada no atendimento a clientes dos setores de real estate, infraestrutura e recursos naturais. Combinados, os dois países detêm uma fatia de 57,3% em um mercado de construção estimado em US$ 643,80 bilhões em 2023 — o que equivale a US$ 368,9 bilhões, em termos reais.
Ainda segundo o estudo, o mercado de construção latino-americano em 2024 é estimado em US$ 675,99 bilhões e a expectativa é que ele cresça para US$ 842,52 bilhões em 2029, o que representa uma expansão anual de 5% nesse período. Além do México e do Brasil, outros países relevantes para o mercado de construção na América Latina incluem Argentina, Chile, Colômbia e Peru.
Apesar da baixa demanda do investidor estrangeiro em outros segmentos de mercado, como a bolsa de valores, o crescimento da atividade industrial torna o Brasil atrativo para o segmento de construção, conforme o estudo. No caso do México, o estímulo para os investimentos se dá devido ao “nearshoring”, fenômeno que descreve a realocação de fábricas e produção para países vizinhos. Ainda de acordo com o estudo, o crescimento do setor de hotelaria vem contribuindo para o interesse de investidores internacionais para grandes projetos na região.
Outro aspecto relevante para a participação elevada dos dois países é o baixo salário, com média de US$ 6,8 por hora trabalhada — bem abaixo da Europa e América do Norte, cujas médias são de US$ 68,6 e US$ 75, respectivamente. A isso se soma a inflação média de custos de construção globalmente, com índices mais baixos frente a 2023.
“A América Latina continua sendo um dos mercados de construção mais atraentes para investimento em nível mundial, com Brasil e México continuamente atraindo investidores chineses e americanos”, afirma Gareth Whisson, diretor-gerente da Turner & Townsend para a América Latina.