O maior oleoduto de combustível dos Estados Unidos está completamente fechado desde o fim de semana por conta de um ataque hacker que envolveu um ransomware, uma espécie de sequestro dos computadores com exigência de resgate. Sem saber ainda a extensão da gravidade e se o oleoduto voltará logo ou não a operar, os preços da gasolina no país já sobem. A Colonial, que foi vítima do ataque, opera o maior duto de produtos refinados do país e transporta 2,5 milhões de barris por dia, conectando refinarias da Costa do Golfo dos EUA a mais de 50 milhões de pessoas no sul e leste dos EUA. O jornal The Wall Street Journal diz que os ataques mostraram como os cibercriminosos representam uma ameaça de longo alcance à infraestrutura envelhecida e vulnerável que mantém a energia do país em movimento.
No Brasil, as empresas de energia ficaram com o sinal amarelo aceso, especialmente as do setor de energia elétrica. Neste ano, Eletronuclear e Copel sofreram ataques de ransomware. No ano passado, a Aneel registrou quatro ataques deste tipo. Até agora, no Brasil, os ataques não chegaram a paralisar fornecimento de energia elétrica e foram direcionados a sequestro de dados administrativos das empresas, muitas vezes evitáveis. Mas esses executivos estão intrigados com o que aconteceu no Estados Unidos e temem que isso possa sinalizar uma evolução dos ataques hackers. O Operador Nacional do Sistema (ONS) tem constantemente alertado às empresas para aumentarem suas proteções e que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) intensifique a fiscalização. Os sistemas operativos são mais difíceis de serem atacados porque são de acesso restrito a poucos funcionários. Mas uma infraestrutura velha vai gerando fragilidades. Um técnico da ONS contou ao Radar Econômico que todo dia o operador sofre dezenas, centenas de tentativas de ataques.