Hoje divido a coluna com uma de minhas mais talentosas amigas, Ana Virtuozo, uma apaixonada por marcas da consultoria FutureBrand. Ana é estrategista com mais de 10 anos de experiência em publicidade. É uma otimista incurável – assim como eu, e acredita que podemos criar um impacto positivo por meio das marcas. Por isso, ao precisar de uma visão menos óbvia sobre algo que expressasse minhas crenças, pedi ajuda a ela. Entre dias insanos de trabalho me bateu uma angústia. Antes de rir, importante contextualizar, lembre-se que sou um publicitário e filho de psicólogos. Feito esses parênteses, me questionei: Se minha vida fosse um slogan, qual seria?
Como a maioria de nossos papos, eu e Ana começamos com piadas despretensiosas até chegar em um tópico bastante peculiar: O que escrever em uma tatuagem? Pode parecer inesperado, mas esse bate-papo revelou surpreendentes paralelos entre fazer uma tatuagem e construir uma marca, já que ambas são declarações, compromissos, e, acima de tudo, são a representação tangível da coragem de se posicionar.
Sim, marcas e tatuagens carregam uma profunda conexão. Assim como uma tatuagem é uma manifestação visível de uma crença interior, uma marca deve ser reflexo dos valores e propósitos de uma organização. E, como bem dizem, as boas marcas e tattoos têm personalidade. Não é apenas sobre ocupar um espaço na pele ou na mente do consumidor, mas sobre expressar uma identidade.
Cada imagem eternizada na pele é a ressonância de uma paixão, um propósito. No mesmo fôlego, uma marca vibrante vai além dos seus códigos visuais. Ela carrega consigo a pulsante convicção que reverbera nos corações de quem a consome. Por outro lado, a harmonia e genuinidade entre a marca ou tatuagem e quem as carrega é vital. Uma tatuagem fora de sintonia com a alma é tão desconcertante quanto uma marca que faz promessas vazias.
Então chegamos ao grande baile da discussão: Há uma dança silenciosa entre a coragem de se manifestar e a virtude do compromisso. Quando nos atrevemos a ser autênticos, a sorte – ou a querida fortuna, como diria Maquiavel – costuma jogar no nosso time. É essa dança, esse jogo de cumplicidade entre audácia e sorte que tecem as tramas das histórias mais memoráveis, seja nas linhas da pele ou nas páginas do mercado.
E assim, em meio a risos e reflexões, percebemos que marcas, assim como tatuagens, são mais do que apenas imagens. Então, seja você alguém pensando em fazer uma tatuagem ou criar uma marca, lembre-se: Nessa dança entre a virtude e a fortuna é que qualquer marca se constrói. Sem isso, corremos o risco de virar um borrão, esquecido em algum lugar insignificante do passado.