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Por Renato Meirelles
Renato Meirelles é pai da Helena, acredita que a Terra é redonda, está à frente do Instituto Locomotiva e, neste espaço, interpreta os números muito além da planilha Excel
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Seria Lula o candidato da terceira via?

Chapa com Alckmin mostra esforço do petista para conquistar eleitor de centro-direita

Por Renato Meirelles Atualizado em 15 mar 2022, 11h32 - Publicado em 15 mar 2022, 11h30

Já posso sentir o incômodo de alguns leitores, à esquerda e à direita, com o título desta coluna. “Como assim, Lula um representante da terceira via?” É uma provocação, claro, mas se deixarmos um pouco as paixões de lado, creio que ela faz sentido.

Primeiro, é preciso definir a tal terceira via. Quanto a isso, não há muita polêmica: trata-se de uma candidatura de centro-direita, alternativa ao radicalismo representado por Bolsonaro e exatamente por isso mais competitiva, na visão de muitos, em um eventual segundo turno contra o líder petista. A terceira via disputa um eleitor de direita e mais moderado. Esse é um dado inconteste para críticos ou entusiastas do projeto.

Olhemos agora para as movimentações dos principais candidatos ao Planalto. O jogo de Bolsonaro é óbvio: dobrar a aposta no discurso extremista para garantir o núcleo duro de apoiadores – algo entre 20% e 25% do eleitorado – capaz de o levar ao segundo turno. A partir daí, como já explicitado por membros do governo, teríamos uma espécie de “nova eleição”, na qual o antipetismo e o voto útil contariam a favor do presidente. A conquista do eleitor moderado de centro-direita, portanto, nem está nos planos do capitão.

Lula faz o caminho inverso. O petista vem marcando consistentemente cerca de 40% das intenções de voto nas principais pesquisas eleitorais. Mesmo assim, está selando sua aliança com Geraldo Alckmin, um adversário histórico. Qual o sentido desse movimento?

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O ex-tucano tem trânsito nos mercados e, em caso de vitória, será um fator importante de governabilidade. Sua presença é sobretudo um aceno ao eleitorado de classe média, antipetista, mais liberal economicamente e conservador nos costumes – ou seja, o eleitor por excelência da terceira via. Alckmin ajuda a construir a ponte entre Lula e parte da centro-direita.

O movimento do líder petista em direção a novas fatias do eleitorado acaba congestionando o cenário político, o que ajuda a explicar também porque as demais candidaturas encontram tanta dificuldade para decolar. Falta espaço para uma alternativa. Má notícia para os defensores da terceira via: por enquanto, os números mostram que parte do eleitorado de centro-direita tende a ficar com Lula.

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