Depois de bater recorde em março, a inflação volta, infelizmente, a superar paradigmas negativos. Em abril, o IPCA-15, considerado prévia da inflação oficial, registrou alta de 1,73%. É a maior variação para o mês em 27 anos. Nos últimos 12 meses o índice já acumula 12,03%.
É uma péssima notícia para os brasileiros, sobretudo para os mais pobres. Pois a inflação é de produtos, que castiga mais a baixa renda. A inflação de serviços, que é menor, afeta mais os ricos.
Trocando em miúdos, o carrinho fica cada vez mais vazio a cada ida ao supermercado. Os preços não param de subir e os salários, ou melhor, a renda, não acompanha – uma combinação perversa. O país experimenta um processo acelerado de empobrecimento.
Pesquisa do Instituto Locomotiva em março já mostrava que 8 em cada 10 brasileiros tiveram de diminuir o consumo por conta da inflação. O corte é literalmente na carne: 64% afirmaram que reduziram o consumo do item. Ele é o primeiro da lista. A energia elétrica e o combustível aparecem em seguida.
Sete em cada dez brasileiros acham que a sua alimentação piorou no último ano por causa da carestia. E quando a barriga ronca, o barulho costuma ser ensurdecedor – para os governantes, principalmente.