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Por Renato Meirelles
Renato Meirelles é pai da Helena, acredita que a Terra é redonda, está à frente do Instituto Locomotiva e, neste espaço, interpreta os números muito além da planilha Excel
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Melhoria da economia é fator crucial para unir o País

Pesquisa mostra o nível da descrença das pessoas sobre o fim da polarização; mas aponta para melhoria no núcleo familiar

Por Renato Meirelles 5 dez 2022, 12h15

Passado um mês da eleição mais acirrada da história recente, o país ainda recolhe os cacos de uma fragmentação profunda na sociedade. Aos poucos, porém, os brasileiros parecem acreditar que é possível uma pacificação, ainda que começando no âmbito familiar. É o que indica a mais recente pesquisa do Instituto Locomotiva que revelou que 36% dos brasileiros acreditam que a divisão política no ambiente familiar reduzirá nos próximos anos, enquanto 34% acreditam que o país ficará ainda mais dividido no início do terceiro mandato de Lula. Somente 17% acreditam que o Brasil ficará menos dividido durante o próximo governo Lula.

Os números podem assustar em um primeiro momento, mas ajudam a refletir sobre os caminhos para a sociedade sair do clima conflagrado que se encontra após quatro anos de um governo que dedicou grande parte de sua agenda a inflamar grupos e discursos radicais, validar negacionistas e alimentar teorias conspiratórias. Ao que tudo indica, o Natal das famílias pode ser mais tranquilo, mas para um apaziguamento mais generalizado e duradouro da sociedade um fator é essencial: a melhoria da economia.

O desempenho do futuro governo Lula nessa área é crucial por um simples motivo – já captado em inúmeras pesquisas no passado e que o petista sabe muito bem: um governo que consiga gerar empregos, melhorar a renda das pessoas e controlar a inflação, tende a ser mais bem avaliado. Foi assim nos dois mandatos do petista que viu a economia crescer, os brasileiros saírem da extrema pobreza e a taxa de desemprego recuar. Ao fim de seu segundo mandato, em dezembro de 2010, Lula tinha a aprovação recorde de 83%. No mesmo período, a taxa de desemprego estava em 5,3%. Não à toa a imagem do churrasco com picanha no fim de semana foi martelada pelo petista desde o começo de sua campanha.

Desta vez, porém, o futuro governo terá um desafio extra para pacificar a sociedade.  Diferente do começo dos anos 2000, a profusão de Fake News e o peso das redes sociais na formação da opinião da população sobre os problemas do país produziram um racha profundo até mesmo entre o que os apoiadores de Bolsonaro e os de Lula veem como problema para os próximos quatro anos.

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A mais recente pesquisa do Instituto Locomotiva perguntou aos eleitores os principais motivos de preocupação em um novo governo Lula. A corrupção e a situação geral do país são os maiores motivos de pessimismo para os dois grupos, mas com uma diferença gritante de percepção. Para 21% dos eleitores de Lula, a corrupção é o motivo do pessimismo, enquanto para os bolsonaristas a porcentagem chega a 81%. Sobre a situação geral do país, 71% dos eleitores de Bolsonaro estão mais pessimistas, contra 18% de petistas.

Outro tema que se destaca é a defesa da família. 72% dos eleitores de Bolsonaro veem como um motivo de grande preocupação, enquanto apenas 9% dos petistas estão apreensivos. Curiosamente, para os apoiadores de Bolsonaro a defesa da família preocupa mais do que a situação da própria vida nos próximos anos, motivo maior de pessimismo para 45% dos bolsonaristas e de 10% dos eleitores de Lula.

O desafio que se coloca agora é saber se o novo governo vai conseguir, de fato, fazer a economia voltar a crescer e, até que ponto, o “churrasco com picanha” nos finais de semana vai apaziguar os ânimos mais exaltados.

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