A cada década, a Ferrari junta tudo o que aprendeu no automobilismo, tanto na Fórmula 1 quanto em outras competições, como Le Mans, principal corrida de Endurance, e reúne a tecnologia e a expertise acumuladas em um modelo capaz de rodar nas estradas de forma legal. Em 2013, apresentou a LaFerrari, então o modelo mais poderoso que havia criado para as ruas. Nesta quinta-feira, 17, a marca do “cavallino rampante” anunciou o novo hipercarro esportivo F80.
Como o nome já deixa claro, sua nomenclatura é uma continuação de modelos icônicos como a F40, produzida entre 1987 e 1992. A equipe de design, liderada por Flavio Manzoni, faz homenagem ao modelo, especialmente no painel vertical que destaca da roda. Mas há outras inspirações. “A F80 marca uma nova era, com linguagem de design mais tensa e extrema, reforçando sua herança de corrida. Há referências claras à indústria aeroespacial, que ressaltam a tecnologia de ponta e a engenharia elegante de cada solução técnica”, diz o comunicado oficial do modelo.
O motor principal é um V6 3.0 biturbo usado no protótipo 499P, carro que ganhou a corrida de Le Mans em duas ocasiões. Além dele, há três motores elétricos, um em cada eixo traseiro e mais um localizado entre o motor à combustão e a transmissão de dupla embreagem de oito velocidades. Este último é o MGU-K, cujo trabalho é ligar o carro, recuperar energia para recarregar a bateria e adicionar mais torque. É a primeira vez que a Ferrari usa um motor elétrico projetado e testado internamente.
A combinação dos quatro motores produz 1.200 cavalos de potência (900 do V6 e mais 300 elétricos). Trata-se da Ferrari “street legal”, ou seja, liberada para andar nas ruas e estradas, mais potente já feita pela empresa. Para ter ideia, ele sai do zero e alcança 100 quilômetros por hora em apenas 2,1 segundos. A velocidade máxima, limitada eletronicamente, é de 350 km/h.
O design foi pensado para otimizar a aerodinâmica. A combinação com o novo sistema de suspensão, totalmente independente, com quatro motores elétricos de 48V, um em cada eixo, reforça a vocação para a pista. Nas estradas e ruas, o sistema é mais complacente. Em um autódromo, no entanto, ele “cola” o carro no chão e aumenta a estabilidade, especialmente em curvas mais fechadas, que exigem frenagens violentas.
O interior é focado totalmente no condutor. O console central mostra uma mistura de botões e controladores, e há uma única tela atrás do volante. O banco do motorista é vermelho, enquanto o do passageiro é preto, localizado um pouco atrás.
A Ferrari já afirmou que serão produzidas apenas 799 unidades (mais do que a LaFerrari, que teve apenas 399), ao custo individual de 3,6 milhões de euros, equivalentes a 22 milhões de reais.