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Paulo Cezar Caju

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O papo reto do craque que joga contra o lugar-comum
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Se houvesse GPS naquela época, Romário ensinaria o conceito de ‘atalho’

Seguindo a mentalidade de nossos “professores”, talvez fosse melhor substituir o campo de futebol por uma pista de atletismo com uma baliza na chegada

Por Paulo Cezar Caju Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 ago 2021, 14h22 - Publicado em 23 ago 2021, 14h21
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  • Não é novidade para ninguém que o futebol há tempos vem me irritando, mas essa irritação vem se transformando em boas gargalhadas, principalmente com os zaps que recebo e dos divertidos comentários de torcedores que me abordam na rua. O shortinho levantado é muito citado, a rapidez com que os técnicos são demitidos e contratados também. Marcelo Cabo saiu do Vasco e no dia seguinte já estava no Goiás e, agora, Péricles Chamusca saiu do Botafogo e já está no Náutico. São sempre os mesmos e, por isso, nosso futebol estacionou.

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    Semana passada, uma dessas cenas me chamou a atenção. O Confiança perdia, houve uma substituição e o jogador na beira do campo ansioso para entrar e uma pessoa do departamento técnico enrolada para instalar o GPS no atleta. Hoje, se o jogador não for maratonista não tem chance. Depois, para fechar com chave de ouro, a emissora mostra o mapa da movimentação, ou mapa do calor, uma espécie de aquarela, como as pinturas feitas por nossos filhos. E os lourinhos, PC? Verdade, o futebol está repleto de cabelos pintados. Para mim, não é moda, mas o símbolo da arrogância de uma geração que não joga nada e quer massagem. No meu tempo lourinho era Marinho Chagas e jogava uma barbaridade! Depois, lembro do Berg e do Rocha.

    Impossível não lembrar também de Ademir da Guia e Samarone, o Diabo Loiro! Soube por amigos do Vasco que um jovem zagueiro renovou o contrato por R$ 200 mil. Sem qualquer tipo de menosprezo, mas quem no Vasco merece um salário desses? Quem no Botafogo ou na grande maioria dos clubes brasileiros merece? Estão brincando com a gente! E essa história de quebrar as linhas, PC? A turma gosta de me provocar. Os próprios “estudiosos” mecanizaram o futebol e agora quebram a cabeça para conseguir avançar. Ficam pulando de galho em galho para chegar ao “último terço” do campo.

    O talento de um Ronaldo Fenômeno quebrava todos esses terços de uma tacada só, com aquelas arrancadas mágicas, e o de um Ronaldinho Gaúcho ia quebrando a base de ovinho e lençol. Se instalassem um GPS em Romário o equipamento teria pouquíssimo trabalho e talvez entendesse o significado de “atalho”. O tal mapa da movimentação só iria colorir as redes. Jairzinho, o Furacão, ia zerar o GPS e Dirceu Lopes ia mostrar o fino da bola.

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    Seguindo a mentalidade de nossos “professores” talvez fosse melhor substituir o campo de futebol por uma pista de atletismo com uma baliza na chegada. O primeiro a completar a prova estufaria a rede. Rivellino nem correria, faria o gol da largada, com uma batida linda e precisa. O futebol atual enterrou o improviso e agora não sabe quebrar linhas. Patético. Ainda ouvi o Lisca, técnico do Vasco, falar que o time precisa de mais força e imposição para alcançar os resultados! E o futebol? Nada? Estou de saco cheio dessa porcaria de escola!

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