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O futuro do Parque da Barra

A área que hoje concentra as principais arenas esportivas dos Jogos deve receber dezenas de novos prédios. A questão é se há interessados em ocupá-los

Por Daniel Hessel Teich
Atualizado em 30 jul 2020, 22h09 - Publicado em 8 ago 2016, 20h38
Complexo Olímpico na Barra: torres de escritórios e apartamentos ocuparão metade do terreno

Complexo que recebe a maior parte das competições: escritórios e apartamentos ocuparão metade do terreno

Uma questão comum a muitos cariocas que  visitam o Parque Olímpico da Barra da Tijuca é o que vai ser feito daquele imenso espaço depois dos jogos. Já se sabe que parte das instalações  virarão escolas, centros de treinamento esportivo de alto desempenho, a exemplo do complexo de tenis, as arenas cariocas 1,2 e3 e o velódromo. Estruturas que hoje recebem as provas de natação e de handebol serão desmontadas, divididas e levadas para áreas pobres da cidade onde atenderão a população carente da cidade. Mas e o resto do parque, uma área equivalente a 50% de toda a área de 1,2 milhão de metros quadrados?

Pelos planos originais, o trecho hoje formada pelo centro de imprensa, estacionamentos, áreas de apoio e também o pedaço  onde estão as piscinas e o ginásio de handebol, mais a área de convivência do parque serão transformados em mais um empreendimento imobiliário megalomaníaco na região. À frente da empreitada estão as mesmas construtoras que ergueram a parte de infraestrutura de complexo ao custo de 1 bilhão de reais e em troca levaram boa parte da imensa área onde existia o Autódromo de Jacarepaguá.

Agrupadas sob o nome de Rio Mais, as empresas Carvalho Hosken, Odebrecht e Andrade Gutierrez se superaram em seus delírios de grandiloquência ao desenhar um plano para preencher o imenso vazio à beira da Lagoa de Jacarepaguá com torres de apartamentos, escritórios e casas de alto padrão. Um hotel da rede americana Marriot e um prédio de escritórios, onde hoje funciona o centro de imprensa dos jogos,  estão prontos. A favela de Vila Autódromo, já remodelada e transformada em um pequeno conjunto habitacional de casinhas brancas e projeto moderninho também faz parte do complexo.

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Idealizado sob a euforia que tomou o país na época em que o Rio foi escolhido como sede olímpica, o projeto tinha data prevista para começar a sair do papel: 2018. Atualmente não se sabe nem mesmo se essas empresas que planejavam construí-los existirão como as conhecemos hoje. Com a Odebrecht e a Andrade Gutierrez vergadas sob as denúncias da Lava Jato, com dificuldades de captar recursos financeiros e com uma série de problemas em outras obras para gerir, a Carvalho Hosken fica isolada e com fôlego drasticamente reduzido frente a uma empreitada tão ambiciosa. A outra frente em que a companhia pertencente ao empresário Carlos Carvalho, 91 anos, esperava lucrar (e muito) também não anda nada bem.

Com apenas 240 apartamentos vendidos, de um total de 3 600, a Vila dos Atletas, oficialmente chamada de Condomínio Ilha Pura, pode demorar até uma década para ter seus apartamentos totalmente vendidos. Projetada em uma época onde vendia-se na Barra algo como 2 000 apartamentos por ano, o complexo de 31 torres de 17 andares cada uma, ficou pronto com um mercado capaz de absorver no máximo 400 unidades anuais no mesmo bairro. Na mesma região, vários conjuntos de escritórios, alguns deles construídos pela Odebrecht, seguem vazio há mais de um ano, sem a menor perspectiva de receberem locatários. Projetada como uma nova fronteira do Rio, a região que tem o Parque Olimpíco como âncora se transformou em  dor de cabeça tão grande como o maior evento esportivo da Terra.

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