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A vitrine à beira-mar

Como o Centro do Rio se transformou em ponto de celebração das Olimpíadas

Por Daniel Hessel Teich
Atualizado em 30 jul 2020, 22h10 - Publicado em 5 ago 2016, 13h38

A primeira vez que estive no restaurante Albamar, na Praça Almirante Âncora, no Centro, há cinco anos, a impressão não foi das melhores. O elevado da Perimetral encostado no belo prédio tombado, um estacionamento improvisado em uma área de chão batido e o cheiro de forte de maresia exalado pela baía davam um ar de terra devastada ao lugar.

Na segunda vez que passei ali, no último dia 29 de maio, em que  uma das últimas etapas da obra de reurbanização da orla do Centro foi inaugurada, a experiência foi diferente. Com a Perimetral demolida, a frente para o mar liberada e a praça tinindo de nova, o velho torreão que abriga o restaurante hoje rebatizado como Ancoramar ganhou outra perspectiva. No novo cenário, a construção surgia castigada pelo tempo e pela falta de conservação. O prédio, com vidros quebrados, feias máquinas de ar condicionado penduradas e fios expostos na parede antes escondida pelo elevado, exalava decrepitude no meio da praça.

Também não ajudava nada o ar fantasmagórico daquela manhã de domingo, com o Centro completamente deserto, mesmo na área reformada. Com os assaltantes e viciados em crack dominando a região, circular por ali se transformava em uma experiência de risco. No meu caso, o passeio acabou com um sujeito visivelmente drogado atirando, em minha direção, pedras portuguesas que arrancava da calçada.

A terceira visita, realizada no início da tarde da última quinta-feira, véspera da festa de abertura dos Jogos Olímpicos, foi o oposto das demais. O prédio do Ancoramar, a única estrutura remanescente do antigo mercado central do Rio demolido nos anos 50, continuava caindo aos pedaços, mas essa era uma visão rapidamente eclipsada pela efervescência que tomou os arredores. Um punhado de vigilantes do programa Centro Presente, de bicicleta, vigiavam o local, com o suporte de um carro da PM a dois quarteirões de distância e um da Guarda Municipal, na saída da Praça Quinze. Turistas e moradores flanavam e  até o mar, habitualmente coberto por uma maçaroca de detritos e garrafas pet e plástico, estava mais limpo.

Se a proposta é entender o impacto que os Jogos Olímpicos têm na cidade, o Centro é o lugar a ser visitado. Menos pelas soluções urbanísticas implementadas pelo governo municipal (que foram corajosas e positivas, mas ainda estão em andamento e requerem novos investimentos) e mais pela maneira como cariocas – e visitantes – abraçaram a ideia. Desde a abertura do Museu do Amanhã, a população do Rio resgatou a Praça Mauá. Agora, c

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Praça Marechal Ancora remodelada, com o restaurante Ancoramar ao fundo

Praça Marechal Ancora remodelada, com o restaurante Ancoramar ao fundo

om a  festança do esporte, espaços históricos da cidade ganharam ares de uma imensa quermesse  globalizada, com food trucks, barracas de bebidas e brincadeiras radicais –  um balão realizará sobrevoos a 100 metros de altura e uma plataforma de bungee jump estará disponível aos mais ousados. A expectativa é que 100 000 pessoas passem por ali diariamente até dia 21.

Na tarde de quinta-feira, um estranho feriado decretado de última hora, esse território de quase quatro quilômetros de extensão estava um fervo só, mesmo com boa parte das  atrações ainda fechadas. Famílias tiravam selfies em frente ao prédio futurista de Santiago Calatrava, do Museu de Arte do Rio e do  veleiro português Sagres, ancorado na Ilha das Cobras. Estrangeiros suando em bicas no sol de inverno, ficavam de queixo caído com o contraste dos prédios históricos e o cenário da baía ao fundo. A Olimpíada é celebrada como uma celebração da amizade, da paz entre os povos e da superação. E o Centro do Rio, com a pira olímpica prestes a ser acesa, tinha um pouco disso tudo.

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