O músico e compositor britânico Roger Waters, que se apresentou na noite desta terça-feira, 21, em Buenos Aires, na Argentina, fez um desabafo durante o show sobre o fato de ele e sua equipe não terem conseguido se hospedar em nenhum hotel da cidade. O momento foi flagrado pela reportagem da revista Rolling Stone, da Argentina.
O ex-baixista do Pink Floyd não foi aceito em nenhum hotel de Buenos Aires e Montevidéu, no Uruguai, após uma campanha feita por Roby Schindler, presidente do Comitê Central Israelita do Uruguai. Ele enviou cartas aos lugares dizendo que o músico é misógino, xenófobo e antissemita. “Ele aproveita sua fama de artista para mentir e vomitar seu ódio contra Israel e todos os judeus. Ao recebê-lo, você será, mesmo que não queira, um propagador do ódio que este homem exala e estará contribuindo para o aumento da judeofobia”, escreveu.
Waters, que já havia reclamado sobre o caso em uma entrevista para o jornal Pagina 12, do Uruguai, voltou a falar durante o show na Argentina.
“Por alguma razão, as pessoas que são donas de muitos hotéis desta cidade, não me deixaram me hospedar aqui. Vai entender. Na verdade, eu sei porque eles não me deixaram e eu vou contar para vocês agora e aí eu vou sentar e cantar uma música e então só vamos cantar músicas. Mas eu tenho que dizer isso. A razão pela qual eles não me deixam hospedar nos hotéis em Buenos Aires é porque eu acredito nos direitos humanos. Eu acredito. Eu sempre acreditei. Fui ensinado sobre direitos humanos pela minha mãe quando eu tinha esse tamaninho e eu nunca esqueci. Então, os direitos humanos são a questão básica aqui. Mas agora, se isso pode ser um tanto controverso, se conseguirmos convencer os poderes constituídos e insistir na igualdade dos direitos humanos para todos os nossos irmãos e irmãs independentemente de sua etnia ou religião ou nacionalidade do Rio Jordão até o Mar Mediterrâneo não haverá mais problema”.
Sem ter onde se instalar, o músico ficou hospedado em São Paulo, onde fez shows na semana retrasada, e afirmou que voará para Montevidéu e Buenos Aires nos dias das apresentações, retornando logo em seguida para São Paulo, onde deverá dormir. “De alguma forma esses idiotas do lobby israelense conseguiram cooptar todos os hotéis de Buenos Aires e Montevidéu e organizaram este boicote extraordinário baseado em mentiras maliciosas que têm contado sobre mim”, disse o músico.
Waters afirmou que as acusações de misoginia partiram da esposa de David Gilmour, ex-colega de Pink Floyd, Poly Samson. “Ela é a única pessoa que já me acusou de ser misógino. Eles pegaram isso e colocaram na minha descrição geral, como um nazista e um odiador de judeus e todo o resto do absurdo absoluto que dizem sobre mim. São mentiras sujas.”
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