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Por Felipe Branco Cruz
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Rock in Rio: a incrível gênese do ‘rock al carbonara’ do Måneskin

Banda italiana é formada por jovens que tocavam nas ruas do país europeu até pouco tempo, antes de serem apresentados ao mundo por gincana musical

Por Amanda Capuano 8 set 2022, 09h00

Primeiro país ocidental atingido com fúria pela Covid-19, a Itália teve um 2020 doloroso – mas, para compensar, dois feitos de apelo nacionalista alegraram sua população no ano seguinte. Um deles foi a conquista da Eurocopa, título que a Azzurra não levava desde 1968; e o outro, a explosão do grupo de rock Måneskin, campeão do festival Eurovision daquele ano. Pouco mais de um ano após o feito que os apresentou ao mundo, os jovens de ascensão fulminante se apresentam no palco do Rock in Rio nesta quinta-feira, 8, antes do headliner Guns N’ Roses – que já era uma das bandas mais populares do gênero antes de os italianos sequer pensarem em nascer.

Criado por jovens de visual rebelde, o quarteto começou a carreira tocando em troca de moedas na rua — mais precisamente, na agitada Via del Corso, no coração de Roma. E daí deu um salto impressionante rumo ao estrelato. Galvanizou a Itália ao vencer a edição de 2021 do festival Eurovision, competição musical mais badalada da Europa, cuja final alcançou audiência de 183 milhões de pessoas. Ato contínuo, saiu da bolha europeia para impor-se como fenômeno mundial: ocupou o topo das paradas globais no Spotify e, agora, assume um dos palcos mais cobiçados não apenas do rock, mas da música como um todo.

Formada por Victoria De Angelis (baixo), Damiano David (vocal), Thomas Raggi (guitarra) e Ethan Torchio (bateria), a banda costuma definir seu estilo como uma “tradução da música do passado para a modernidade”, com influências que vão de Led Zeppelin a Arctic Monkeys, bebendo também do rock italiano dos anos 1980 e 90. Na prática, faz um hard rock honesto — com algum toque de carbonara nos sucessos cantados em italiano, casos dos hits Zitti e Buoni. O combo peculiar fez de Beggin’, cover de uma composição de 1967 da banda The Four Seasons, e da autoral I Wanna Be Your Slave sucessos virais no TikTok. Ostentando mais de 92 milhões de visualizações no YouTube, o clipe de I Wanna Be Your Slave causou barulho por seu mergulho sem pudor na, digamos, estética sadomasô. “Eu quero ser seu brinquedo sexual / Eu quero ser seu professor / Eu quero ser o seu pecado”, diz a música, que botou as guitarras novamente no radar do pop.

Embora faça letras em inglês e italiano, o grupo extraiu seu nome pitoresco da língua dinamarquesa — nela, Måneskin significa algo como “luz do luar”. Explica-se: Victoria, única moça em meio aos marmanjos cabeludos, tem mãe dinamarquesa. Se a banda expandiu seu domínio para além das fronteiras do país de origem, não foi só por cultivar imagem cosmopolita: seus versos tratam de agruras universais dos jovens. Mas há piscadelas — às vezes iconoclásticas — para a tradição italiana. “Quero pintar seu rosto como se fosse minha Mona Lisa”, cantam em I Wanna Be Your Slave. “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, repetem numa canção de fazer corar o papa, In Nome del Padre.

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A ascensão do Måneskin ilumina uma peculiaridade da cena musical europeia: eles construíram sua fama num circuito de gincanas e festivais — os quais ainda guardam uma força no Velho Continente. O atalho para o sucesso veio em 2017, com a participação no reality The X Factor, de onde saíram vice-campeões. Dali, foram ao italianíssimo Festival Sanremo, onde se sagraram campeões e ganharam passaporte para o tradicional Eurovision, que já revelou sucessos como Abba e Céline Dion. Antes, os roqueiros — que têm entre 20 e 22 anos — esnobavam o cafonérrimo festival. Declararam que o evento não tinha mais apelo entre os jovens. Acabou virando, no entanto, o grande atalho da carreira dos jovens, levando a Itália e seu rock rebelde direto para o palco mundo do Rock In Rio.

Confira a apresentação da final do Eurovision:

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