Coldplay abre série de 11 shows no Brasil e toca samba com Seu Jorge
A banda se apresentou em São Paulo com espetáculo pirotécnico, de luzes e imagens que impressiona pelo gigantismo
A banda britânica Coldplay abriu nesta sexta-feira, 10, para um público de 72.500 pessoas, a série de 11 shows que fará no Brasil e contou com a participação especial do cantor Seu Jorge. O grupo, que costuma convidar artistas locais para participarem de suas apresentações e tocar as músicas do país, tocou Amiga da Minha Mulher, com o brasileiro nos vocais. “Os caras aprenderam a tocar a minha música”, brincou Seu Jorge.
Na apresentação desta sexta-feira a outra surpresa foi a participação de uma fã convidada para subir ao palco e cantar Let Somebody To Go. A jovem não fez feio, cantou afinadíssima e até ganhou elogios de Martin, arrancando aplausos da plateia.
Diferentemente do show que a banda fez no Rock in Rio, em setembro do ano passado, a apresentação no estádio do Morumbi foi ainda mais impactante, pois os efeitos especiais das pulseiras com luzinhas e pirotecnia aconteceram também nas arquibancadas. O palco também não contou com uma cobertura, ficando completamente aberto e deixando a banda exposta à chuva, que felizmente parou de cair durante o show. Em português, o vocalista agradeceu ao público. “Obrigado pelo esforço de estar aqui hoje mesmo com a chuva, com o trânsito e todos os outros problemas. Gratidão”, disse.
Apesar do show absolutamente roteirizado, Martin encontrou espaço para pequenas improvisações, como o convite para a fã subir ao palco ou a participação especial de Seu Jorge. No mais, fica difícil fugir do script, até porque todas as músicas são sincronizadas com a iluminação das pulserinhas.
A série de shows no país ocorre após a banda cancelar dez apresentações que faria no Brasil no início de outubro do ano passado, após o show no Rock in Rio. Na ocasião, o vocalista Chris Martin contraiu uma infecção pulmonar que o impossibilitava de cantar. Com as datas remarcadas, o grupo aproveitou para estender a turnê com outras quatro apresentações no Estádio do Morumbi, duas em Curitiba e três no Rio de Janeiro.
A incomum série de shows no país segue uma tendência da nova turnê do Coldplay, que fica longos períodos em cada lugar. Entre os dias 15 de outubro e 8 de novembro do ano passado (já recuperado da infecção) o grupo fez dez shows no estádio do River Plate, na Argentina (acompanhado pela reportagem de VEJA), para um público total de 650.000 pessoas, quebrando o recorde anterior, que era de Roger Waters, para 400.000 em nove shows em 2012.
Ao se assistir ao show ao vivo, no entanto, fica fácil entender porque a banda conseguiu lotar 11 apresentações em estádios. O tipo de apresentação que eles fazem é impossível de ser recriada – mesmo em transmissões em telonas de cinema. De certa forma, o Coldplay renovou o conceito de “rock de arena” e suas performances transformam a plateia em parte integrante do espetáculo, tirando o fã do mero papel de espectador e colocando-o como protagonista do show. “Vocês não assistem ao show. Vocês são parte do show”, disse Martin em São Paulo.
O grupo também se empenha no bom-mocismo. Antes de começarem a cantar, eles informam nos telões que o piso tátil do estádio absorve energia que será usada no show. Há bicicletas ergométricas nas laterais onde o público é convidado a pedalar para gerar energia enquanto ouve o show. As pulserinhas coloridas são feitas de materiais recicláveis e devem ser devolvidas no final para serem reaproveitadas. Além de outras iniciativas para a preservação do meio-ambiente.