Quase um ano após sua morte, a cantora Rita Lee ainda é rotineiramente homenageada por colegas da música, fãs, familiares — e agora, também, políticos. Nesta quarta-feira, 10 de abril, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou em primeira votação um projeto que pretende dar o nome da artista ao parque mais famoso da capital paulista, de modo a transformar a área em “Parque Ibirapuera – Rita Lee“. A iniciativa ainda deve passar novamente pelo crivo do Legislativo e, então, ser sancionada pelo prefeito Ricardo Nunes — que já havia dito após a morte da cantora que entraria em contato com sua família para dar seu nome a uma praça.
A ideia foi proposta no mesmo dia da morte da cantora, 8 de maio de 2023, pela vereadora Luna Zarattini (PT), e é assinada também por Milton Leite — que atuava como prefeito em exercício na data. Em suas redes sociais, a política comemorou a aprovação, dizendo que tanto Rita quanto o Ibirapuera são “grandes patrimônios paulistanos”, e ainda justificou a iniciativa parafraseando trechos das autobiografias da artista que apontam sua relação afetiva com o local, inspiração das canções Vírus do Amor e Minas de Sampa e cenário de piqueniques familiares. Em 10 de maio, Rita foi velada dentro do planetário do parque.
No Instagram, João Lee comemorou a decisão com uma postagem breve, em que diz que a mãe “vai ficar muito feliz”. O viúvo Roberto de Carvalho, por sua vez, não teceu comentários de autoria própria, mas compartilhou a notícia em seu story, ecoando a comemoração demais admiradores de Rita.
A homenagem é singela, mas contém uma grande ironia. Avessa a políticos, a artista escreveu no livro Rita Lee: Uma Autobiografia que nenhum profissional da área se atreveria a comparecer a seu velório, “uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los”. É bem possível, então, que Rita torceria o nariz a uma homenagem grandiosa e careta advinda da esfera. Multifacetada como era, porém, ela já declarou o desejo de homenagem pública em um episódio do programa Saia Justa: “Você acha que, quando eu morrer, vou ganhar o nome de uma rua?”, pergunta à colega Fernanda Young que, também avessa a caretices, logo responde “tomara que não”. Surpreendendo como sempre, Rita então afirma, despojada: “Quero uma pracinha”. Caso seja aprovado em todas as instâncias, então, o projeto realizará o sonho, e Rita Lee ganhará uma pracinha de mais de 1 milhão de metros quadrados.
Com certeza essa homenagem será feita. Vamos procurar os familiares e apresentar as opções para escolherem ou nas sugestões que tenham. https://t.co/z9MsLG98yI
— Ricardo Nunes (@ricardo_nunessp) May 10, 2023
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