Tem um infiltrado de Lula dentro do Centrão, sigla sob a qual se reúnem cinco dos partidos mais fisiológicos. O que por enquanto não se sabe é se o infiltrado atende pelo nome de Valdemar Costa Neto, o manda chuva do Partido da República (PR), ou de Josué Gomes, o empresário mineiro, filho do ex-vice de Lula, José Alencar, que se filiou ao PR em abril último a conselho do ex-ministro José Dirceu (PT).
Gomes acreditou que o PR se aliaria ao PT e que ele poderia ser o vice de Lula, repetindo a saga do pai. Talvez até candidato a presidente com a benção de Lula. Mas aí por razões que só Costa Neto conhece e não conta, a aliança do PR com o PT gorou e Gomes acabou indicado para vice de Geraldo Alckmin (PSDB). Gomes poderia ter recusado a indicação. Preferiu só fazê-lo depois que ela se tornou pública.
O que os presidentes dos demais partidos do Centrão se perguntam há 48 horas é o seguinte: foi uma jogada de Gomes para desgastar Alckmin? Ou foi de Costa Neto, parceiro do PT desde 2002 quando recebeu quase dez milhões de reais para apoiar a candidatura de Lula a presidente? Na época, Costa Neto era presidente do Partido Liberal (PL). E Alencar, um empresário que se filiara ao PL só para ser vice de Lula.