O depoimento ao juiz Sérgio Moro do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura carimbou de vez como farsa o famoso discurso à Nação feito pelo então presidente Lula no final de 2005 quando se viu ameaçado de perder o mandato por conta do escândalo do mensalão do PT.
Lula disse que não sabia de nada e que fora traído pelo que mais tarde seria chamado pelo Supremo Tribunal Federal de “sofisticada organização criminosa”. Mas como era o servidor número um da República, o dever lhe impunha pedir sinceras desculpas aos brasileiros. E pediu.
Segundo Santana e Mônica, cerca de seis meses depois do discurso e com o conhecimento do candidato, os dois trataram com o ministro Antonio Palocci, da Fazenda, de recebimento de dinheiro sujo para pagar despesas da campanha de Lula à reeleição. Foram cerca de R$ 10 milhões.
Uma vez reeleito, Lula arquivou o discurso do “eu não sabia, eu fui traído” e passou a referir-se ao mensalão, primeiro, como algo “folclórico”. Para em seguida, às vésperas de a Justiça condenar os mensaleiros, apontá-lo como “uma tentativa de golpe” malsucedida para apeá-lo do poder.
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