Foi um desempenho magistral. Digno de uma… De uma Joice Hasselmann. O discurso, ontem, da tribuna da Câmara, da deputada federal eleita com o maior número de votos da história de São Paulo juntou em doses precisas o necessário para comover e fazer sucesso junto ao público a que se destinava.
Não, não. Não foi dirigido aos demais deputados que se davam ao trabalho de ouvir uma colega aflita. O público alvo de Hasselmann era o das redes sociais, por trás do cinegrafista que tudo registrou. O melhor momento foi o das lágrimas. Nada de choro convulsivo. Choro contido. Uma lágrima furtiva, um lenço…
Nada de elevar o tom da voz além de determinado limite. Uma fala pausada, como se brotasse espontaneamente. Uma mãe, uma leoa em defesa dos filhos ameaçados que reagem sem entender por que de repente passaram a falar mal de quem os pôs no mundo. A defesa da honra. O alerta final de que não se deixará abater.
Quem se vale de milícias virtuais para ferir adversários, por milícias virtuais será ferido, ensina a internet. Hasselmann começou a denunciar as milícias só depois de ter se tornado uma vítima delas. Sua vida virou um inferno desde que foi destituída por Jair Bolsonaro da função de líder do governo no Congresso.
Hasselmann sonhou grande. Acreditou que poderia ser chefe da Casa Civil da presidência da República. Se não desse, certamente candidata do PSL à prefeitura de São Paulo com o apoio dos Bolsonaros. Mas esbarrou na má vontade de Eduardo, o Zero Três. E o pai, sabe-se como é… Descartou-a. Família acima de tudo!
A artilharia impiedosa das milícias bolsonaristas já custou a Hasselmann boa parte dos seus seguidores nas redes sociais. Ela cava trincheiras para evitar a deserção do resto de suas tropas que ainda são numerosas. Seu discurso poupou Bolsonaro porque ela ainda espera se reaproximar dele. Deus acima de todos!