O primeiro ato do novo diretor da Polícia Federal dá razão a Moro
Aperta-se o cerco a Bolsonaro

O que disse Sérgio Moro ao despedir-se do cargo de ministro da Justiça e disparar graves acusações contra o presidente Jair Bolsonaro? Disse que ele lhe cobrara diversas vezes o afastamento do diretor-geral da Polícia Federal, o delegado Marcelo Aleixo, e dos superintendentes no Rio e em Pernambuco. As vagas seriam preenchidas com gente da confiança dele.
O que fez o novo diretor-geral, o delegado Rolando Souza, mal foi nomeado e empossado por Bolsonaro em cerimônia assistida só por meia dúzia de convidados no Palácio do Planalto? Convocou o superintendente da Polícia Federal no Rio para trabalhar com ele em Brasília. Souza foi o braço direito do delegado Alexandre Ramagem na Agência Brasileira de Inteligência (ABIN)
Ramagem você lembra quem é. Foi o delegado que cuidou da segurança de Bolsonaro depois da facada em Juiz de Fora. Caiu nas graças da família Bolsonaro. Foi promovido a diretor-geral da ABIN. E, na semana passada, quando o presidente o nomeou para comandar a Polícia Federal, foi proibido de tomar posse pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
O primeiro ato do substituto de Ramagem na direção-geral da Polícia Federal serviu para confirmar o que disse Moro à saída do governo. E o que repetiu em depoimento de oito horas prestado em Curitiba a agentes federais. Souza pretende trocar outros superintendentes nos Estados. Um deles certamente será o de Pernambuco que teve sua cabeça pedida a Moro por Bolsonaro.
Tão logo conheceu em linhas gerais o depoimento de Moro, Bolsonaro teve mais um ataque de nervos, desses que o leva a dizer palavrões em voz alta dentro do seu gabinete. O presidente está vendo o cerco se apertar ao seu redor. Moro citou vários dos seus ministros como testemunhas das pressões que recebeu para que tornasse a Polícia Federal permeável às vontades de Bolsonaro.
Augusto Aras, Procurador-Geral da República, requisitou a gravação da reunião ministerial onde Moro foi ameaçado de demissão caso não cumprisse a ordem de Bolsonaro de dar um novo rumo à Polícia Federal. Bolsonaro queria ser posto a par das investigações que ela fizesse. E receber relatórios a respeito. A Polícia Federal não é um órgão de governo, mas de Estado.
O inquérito aberto por Aras para apurar as denúncias de Moro é presidido pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal. E Celso tem pressa. Ele se aposentará em novembro próximo. E seu substituto será indicado por Bolsonaro. Celso é o maior crítico do presidente entre seus colegas.
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