Há 15 dias, depois de uma conversa com o presidente Michel Temer, o deputado Jarbas Vasconcelos (PE), o último líder da fase histórica do PMDB de Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e Paulo Brossard, entre outros, saiu do Palácio do Planalto convencido de que afinal seria deixado em paz no seu Estado.
Duas vezes governador de Pernambuco, duas vezes prefeito do Recife, uma vez senador, Jarbas corria o risco de perder o controle sobre o PMDB no seu Estado desde que Romero Jucá, presidente nacional do partido, se compusera com o senador Fernando Bezerra Coelho (PE), tirando-o do PSB. A Bezerra Coelho, Jucá prometera dar o que era de Jarbas.
Temer disse a Jarbas que não se preocupasse, que fosse cuidar de sua vida que da vida do PMDB ele cuidaria. Garantiu que barraria o golpe que Jucá tentava aplicar nele. Quanto a Bezerra Coelho, segundo Temer, que procurasse abrigo em outro partido se quisesse, este ano, concorrer ao governo de Pernambuco.
Jarbas acreditou. Até que ontem, a Executiva Nacional do PMDB, Jucá à frente, dissolveu o diretório do PMDB em Pernambuco e deu poder a Bezerra Coelho para que montasse outro ao seu gosto. Só resta a Jarbas, agora, apelar para a Justiça. Foi o que fez ontem mesmo. Seu advogado é o ex-ministro Sepúlveda Pertence.
Por sorteio, caberá ao ministro Ricardo Lewandovski, do Supremo Tribunal Federal, decidir o caso.