Assine VEJA por R$2,00/semana
Noblat Por Coluna O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

O elemento mente e remente (por Tânia Fusco)

Quarentena

Por Tânia Fusco
Atualizado em 18 nov 2020, 19h57 - Publicado em 23 set 2020, 12h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • 191 dias de quarentena. E não dá pra dizer “deu pra mim”.

    Publicidade

    Que deu, deu.

    Publicidade

    Mas ficamos no daria. Teria dado não fosse o vírus comendo solto, como foi ontem, como será amanhã. Não deu pro vírus. Ainda.

    Vontade de “glomerar” é muita. Com amigos, desconhecidos, conhecidos dos amigos desconhecidos de todos.

    Publicidade

    Vontade de pegar avião, ônibus, carro, carroça ou patinete e partir para qualquer lugar que fique a mais de qualquer 50 km da porta fechada da sua casa.

    Vontade de enfiar o pé na areia, na lama e na jaca. Tudo ao mesmo tempo. Desde que fique bem longe do seu cativeiro de 191 dias.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Já arrumou casa, contas, livros, fotos, CDs, velhos Lps, velhíssimas cartas de amor.

    Já podou árvores, refez a horta, trocou cortinas e persianas. Fez bolos de tudo. E comeu todos. Fez pão com e sem glúten, sem e com lactose, geleia de toda a fruta da estação. Comeu tudo, de tudo.

    Publicidade

    Bebeu e gargalhou. Fumou do bom e do ruim. Chorou por tudo. Também por nada.

    Viu live. Fez live.

    Publicidade

    Revirou celular e computador. Comprou online tudo que o dinheiro deu.

    Continua após a publicidade

    Riu dos outros.

    Sofreu pelos outros.

    Tem dia que o dia vale ½. Em outros vale por 7.

    Lá se foram verão, outono e inverno.  Dias e mais dias de calor, frio e seca.

    Mais de 138 mil mortos da pandemia.

    Continua após a publicidade

    Queimam Amazônia e Pantanal.

    Chegou a primavera. Das floradas. Também promessa de chuva e vento – fortes.

    Seguimos de máscaras, “álcoolgel”, desinfetados e desinfetantes. Sem abraços, sem beijos, sem toques.

    Só no não-me-toques.

    E ainda não deu?

    Continua após a publicidade

    Não deu pro vírus. Não rolou vacina.

    Mudou tudo.

    Diz que o anormal virou normal, que batizaram de novo-normal. A pqp!

    Tudo é anormal. Inclusive e principalmente, o mundo virado do avesso. E avesso de costura mal feita. Embolado, com aqueles pontos amontoados, que a velha vovozinha chamava de costura cu-de-pinto.

    Pois o mundo tá mesmo um cu-de-pinto.

    Continua após a publicidade

    E nesse melê nos coube elenão – o coiso, o anticristo, o demo com riso de hiena, e sua manada de coisinhos e coisões, passando boi e boiada sobre qualquer inteligência – pequena que seja.

    O elemento mente. Desavergonhadamente.

    Em casa ou na ONU, em NY.

    Mentira é projeto e programa de Estado.

    Diz até que pagou auxílio emergência de 1.000 dólares para 65 milhões de pessoas. Ó só!

    Não tem a menor importância se é o ministério dele mesmo conta – e publica – que já pagou 5 parcelas de 600 reais para 10 milhões de pessoas, pagará mais 4 de 300 para pouco mais de 9 milhões. A soma fecha nuns US$ 775/6 per capita. E daí?

    O elemento-coiso remente.

    Diz que caboclos e índios queimam a floresta pra garantir suas sobrevivências. Ó só!

    Diz que o Pantanal queima por combustão espontânea. Faz muito calor por lá. Tanto que levanta fogo… God!

    Diz até que tem tolerância zero com crime ambiental.

    Acredita?

    Não tá nem aí com números que provam: punições por crimes ambientais caíram 60% desde que sua manada desgoverna o país.

    O elemento coiso, chifrudo dos infernos, mente e remente e não acontece nada – nadica de nada.

    Por questão de sobrevivência – real -, mascarados, seguimos em frente, encarando esse cu-de-pinto institucional. O avesso, do avesso do avesso.

    E ainda não deu?

    É carma. Só pode.

    Vontade de “glomerar”, viu!

     

     

    Tânia Fusco é jornalista 

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.