Não passa de espuma para satisfazer os aflitos mais um pedido de impeachment contra Bolsonaro apresentado na Câmara dos Deputados – desta vez pelo PSOL. O pedido se juntará a dezenas de outros que continuarão mofando no fundo de uma gaveta do gabinete de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara.
Não se jogue a culpa por isso em Lira, nem no seu antecessor Rodrigo Maia (DEM-RJ). Nem se diga que faltam motivos para abrir um processo que pudesse resultar na cassação do mandato de Bolsonaro. Razões de sobra para isso estarrece os que de cabeça fria refletem sobre os crimes cometidos pelo presidente.
Acontece é que nem mesmo a oposição ao governo está de fato interessada em derrubar Bolsonaro. É o medo do general Hamilton Mourão que a paralisa. Se Bolsonaro cair, ele assume na condição de vice-presidente. E se, de repente, os militares se empolgarem com a possibilidade de Mourão se reeleger?
Portanto, que fique Bolsonaro, na esperança de que ele só faça sangrar até as próximas eleições. A mesma receita foi aplicada pela oposição a Lula quando ele pensou em renunciar ao cargo depois de tomar um porre. Estava abatido com o escândalo do mensalão do PT. Deixado em paz, Lula deu a volta por cima e se reelegeu.