Assine VEJA por R$2,00/semana
Noblat Por Coluna O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Em ambiente de ruptura (por Ruy Fabiano)

A política brasileira chegou ao ponto de não retorno

Por Ruy Fabiano
Atualizado em 30 jul 2020, 19h06 - Publicado em 14 mar 2020, 11h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A queda de braço no âmbito dos três Poderes, em que o Executivo sofre cerco implacável dos outros dois (Legislativo e Judiciário), é apenas um dos sintomas da ruptura do padrão clássico da política brasileira. O governo Bolsonaro é o marco zero.

    Publicidade

    O que o precedeu – a política tradicional que desembocou no desastre moral e administrativo do PT e associados – não mais voltará à cena e o que o sucederá ainda não se conhece; está em construção. A oposição dá sinais de que não percebeu essa nova realidade. Imagina que, derrubando Bolsonaro, restabelecerá o que ficou para trás – o chamado “status quo ante”. Não restabelecerá.

    Publicidade

    A política brasileira chegou ao ponto de não retorno. A própria imprensa, em grande parte, mostra que não detectou o fenômeno. Converte-se em oposição, sem prospectar o que está em curso.

    Bolsonaro não é causa da mudança, mas a consequência. O esquema de compadrio da política brasileira, baseado no fisiologismo, que confunde e mistura público e privado, foi (continua sendo) exposto pela Lava Jato. E gerou um desgaste sem precedência que alcançou o conjunto das instituições do Estado.

    Publicidade

    Bolsonaro catalisou o sentimento de exaustão da sociedade para com sua classe dirigente. Por isso, ganhou com folga as eleições, não obstante a rejeição por parte da grande mídia e do segmento dos formadores de opinião (artistas acadêmicos etc.).

    A sociedade, em sua maioria, preferiu apostar num futuro desconhecido do que voltar a um passado conhecidíssimo.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    O triunfo de Bolsonaro, nas circunstâncias em que se deu, realçou outro fenômeno: a quebra do monopólio da opinião, desde sempre em mãos da mídia convencional (rádio, TV e imprensa).

    Goste-se ou não, não há como ignorar a gigantesca Ágora em que se converteu a internet. Na tentativa de desacreditá-la, a mídia tradicional acabou ela própria sendo desacreditada.

    Publicidade

    Tanto assim que o candidato que intentou derrotar acabou vitorioso. Não há como ignorar a realidade implacável dos sites e blogs espalhados pelas redes sociais. Não vão sair de cena.

    A babel instalada há de gerar um processo seletivo espontâneo dentro dela própria. Não é missão do STF arvorar-se em polícia da rede, como imaginam os ministros Dias Toffoli e Alexandre de Moraes, que presidem um inquérito bizarro com esse objetivo.

    Publicidade

    O fato concreto é que ninguém é mais dono da informação e da opinião. Um boato desaparece com a mesma velocidade com que surge. E as mobilizações de massa podem ser (e estão sendo) convocadas a baixo custo e em tempo recorde.

    Continua após a publicidade

    Isso, claro, não ocorre apenas no Brasil. É fenômeno mundial. Basta ver a velocidade e extensão com que se propagou o alerta ao corona vírus. Em menos de uma semana, impôs abalos gigantescos à economia mundial, espalhando temores em todos os países.

    A política contemporânea obedece a novos pressupostos. Em vez de insultá-los, o bom senso aconselha a decifrá-los. No Brasil, infelizmente, estamos ainda na fase dos insultos.

     

    Ruy é jornalista 

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.