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Capitão Bolsonaro na reta de chegada e a entrada de Napoleão em Paris

Sinais da marcha ao Palácio do Planalto

Por Vitor Hugo Soares
Atualizado em 30 jul 2020, 20h16 - Publicado em 6 out 2018, 16h00
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  • O pique desabalado, na reta de chegada às urnas das presidenciais deste domingo, 7, é prato cheio para quem estuda ou observa com atenção os signos da comunicação e do poder. Principalmente em relação aos movimentos que pipocam de todo lado – favoravelmente, em boa parte, ao candidato do PSL, Jair Bolsonaro, na hora H. Aquela em que, escreveu o argentino Julio Cortazar no “Jogo da Amarelinha” (“Rayuela”, “é preciso mover os pés, e você terá que decidir de que maneira e de que lado saltará”.

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    Registro aqui alguns destes sinais da marcha ao Palácio do Planalto, a partir das passeatas e atos públicos do “#elenão”, promovidos pelas feministas militantes de múltiplas tendências e comportamentos políticos, sexuais, sociais e artísticos, sábado passado. No domingo, pró Bolsonaro, surpreendentes manifestações reuniram gente aos milhares na Avenida Paulista, Brasília e Recife, e se espalharam pelos mais impensáveis redutos do interior do Brasil (de Santana a Itiúba; em Juazeiro (Ba) e Petrolina (Pe), no Vale do São Francisco, rio da minha aldeia, no sertão nordestino). Um susto enorme nos mais confiantes petistas e aliados na “região mais fiel a Lu la”.

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    Outros signos apanhados ao acaso, desde Salvador, pelo jornalista, nestes dias e horas de fim de campanha: subida de Bolsonaro em novas pesquisas do Ibope e Data Folha: estagnação do candidato do PT, Fernando Haddad, queda dos demais concorrentes, crescimento do voto feminino ao capitão (6% em três dias) e do seu eleitorado no Nordeste. E a pressa do Centrão em largar de mão o tucano Geraldo Alckmin (que desaba a olhos vistos), a exemplo do que fez, durante o debate local da TV Bahia (Globo), o candidato do DEM a governador, José Ronaldo, declarando apoio a Bolsonaro, e pregando “voto útil”, no mais polêmico e intrigante instante final, sem tempo para mais espantos e perguntas dos demais concorrentes.

    Vale ainda anotar: a performance do presidente do STF, Dias Tofolli, e seu novo discurso fardado; a liberação, pelo juiz Sérgio Moro, da devastadora (para Lula e o PT) primeira parte da delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci; os arrepios de alguns setores da imprensa; a simpatia e aceitação crescentes do “Mercado” aos planos do capitão.

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    No Brasil destes dias de outubro, o cenário está muito parecido com a narrativa de Deodoro Roca, no livro “Contra La Prensa”, antologia de textos famosos e preciosos, coletados pelo jornalista Esteban Rodriguez. No capitulo “A Grande Imprensa”, Roca narra que, quando Napoleão fugiu da Ilha de Elba, e desembarcou no Golfo Juan, o jornal mais importante da França escreveu na manchete: “O bandido Corso tenta voltar à França”. Quando o bandido corso estava no meio do caminho de Paris, o mesmo jornal escreveu: “O general Bonaparte continua em sua marcha a Paris”. Quando o general Bonaparte estava a uma jornada da capital francesa, o periódico disse: “Napoleão segue em sua marcha triunfal”. Quando Napo leão entrou na capital de seu império perdido, o jornal arrematou o seu processo de informa&c cedi l;ão: “Sua Majestade o Imperador, entrou em Paris, sendo entusiasticamente recebido pelo povo”.

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    Pelas bandas de cá, teremos, neste domingo, 7, a jornada (que pode ser ou não decisiva) na marcha do capitão Bolsonaro para Brasília. A conferir. Todos às urnas.

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    Vitor Hugo Soares é jornalista, editor do site blog Bahia em Pauta. E-mail: vitor_soares1@terra.com.br 

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