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Uma visão crítica da década “perdida”

Apesar das crises, progredimos nos últimos dez anos

Por Murillo de Aragão Atualizado em 21 ago 2020, 17h51 - Publicado em 21 ago 2020, 06h00
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  • Há quem considere que o período de 2010 até hoje não passou de uma década perdida. Em especial, pelas crises econômicas surgidas na era Dilma Rousseff, pela quantidade de escândalos envolvendo autoridades e corrupção e pela polarização política. A questão, porém, não pode nem deve ser examinada apenas pelo lado econômico, tampouco somente pelo viés da polarização. A década “perdida” está repleta de avanços estruturais relevantes que devem ser reconhecidos.

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    Desde o julgamento do mensalão, concluído em 2012, o Brasil vem evoluindo institucionalmente de forma consistente. O mensalão, que levou para a prisão políticos e empresários ricos, entre outros, começou a desmontar a perversa relação de corrupção entre os setores público e privado. O impacto político do julgamento no país foi imenso e resultou na aprovação da Lei da Ficha Limpa, em 2010, que baniu milhares de picaretas da política. Não todos, mas um bom número deixou de circular.

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    Os protestos da população em 2013, país afora, resultaram na Lei Anticorrupção, que permitiu a deflagração, no ano seguinte, da Operação Lava-Jato, que, mesmo com excessos e exageros, promoveu outra limpa no sistema político. A Lava-Jato estimulou a participação da cidadania na política e tivemos uma expressiva renovação do Parlamento nas eleições de 2018.

    De 2016 para cá, o Brasil estabeleceu um programa de reformas constitucionais e infraconstitucionais. A lista de itens é extensa e inclui não apenas a reforma previdenciária, como também a instituição do teto de gastos e a sanção de leis como a de saneamento e a de telecomunicações, entre outras. Embates institucionais foram resolvidos de forma constitucional.

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    “Avançamos por um caminho com sobressaltos típicos de uma democracia em consolidação”

    O presidencialismo imperial está em declínio e temos o Supremo Tribunal Federal, que, apesar de alguns excessos, arbitra as relações entre os poderes. Como vimos agora no combate à pandemia de Covid-19, em meio a um saudável debate sobre o federalismo.

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    Mesmo atravessando a crise de Wall Street, a recessão de Dilma Rousseff e a pandemia, o Brasil continuou a contar com um dos melhores e mais seguros sistemas financeiros do planeta. Um crescente número de brasileiros está indo para o mercado de capitais. Com a redução da taxa de juros, abre-se um oceano de oportunidades para investimentos em áreas essenciais. E as turbulências não tiraram o Brasil da rota dos investidores diretos.

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    Apesar das críticas ao sistema político, presenciamos o fim do financiamento empresarial de campanhas e de partidos e a imposição do teto de gastos por tipo de candidatura. Outros avanços virão, como o fim das coalizões para eleições legislativas. Mesmo em meio a ações desencadeadas por grupelhos radicais contra as instituições, em junho uma pesquisa do Datafolha revelou que 75% dos brasileiros continuam a apoiar a democracia.

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    É preciso admitir que não foi uma década tranquila. Porém, de forma institucional, conseguimos avançar significativamente por um caminho que continuará a ser cheio de sobressaltos típicos de uma democracia em consolidação.

    Publicado em VEJA de 26 de agosto de 2020, edição nº 2701

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