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O governo Lula não tem o direito de apoiar Maduro e o regime iraniano

Fingir que é "neutro" em relação ao chavismo e mandar o vice dividir espaço com os maiores terroristas do mundo ofende os brasileiros

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 1 ago 2024, 06h59 - Publicado em 1 ago 2024, 06h58
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  • Maria Corina Machado
    Nicolás Maduro em comício na Venezuela (Pedro Rances Mattey/Anadolu/Getty Images)

    Em que parte do programa de governo do presidente Lula da Silva está dito que ficaria do lado de Nicolás Maduro, mesmo com a farsa monumental da eleição fraudada contra o desejo da maioria dos venezuelanos? Ou que mandaria seu vice, Geraldo Alckmin, um homem que se declarava seguidor da religião católica na vertente conservadora (era abominado pela esquerda por causa disso), dividir a primeira fileira da posse do novo presidente iraniano com terroristas do jaez de Ismail Haniyeh, o líder do Hamas explodido por um míssil israelense um dia depois?

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    Também formava na primeira fila, num acinte a todos os brasileiros, quer tenham ou não votado no atual presidente, o líder da Jihad Islâmica, grupo palestino de Gaza mais fundamentalista ainda que o Hamas. Há vários reféns israelenses em poder deles, inclusive os pequenos irmãos Bibas, Kfir e Ariel, que tinham nove meses e quatro anos de idade quando foram sequestrados. Provavelmente estão mortos.

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    Outro caso de revoltar os brasileiros decentes: um representante dos hutis, organização armada sustentada pelo Irã que tomou uma parte do Iêmen e constantemente desfecha ataques contra a navegação internacional no Mar Vermelho. Estes crimes que prejudicam a população de inúmeros países, pois todos passam a pagar mais por mercadorias agravadas por seguros mais altos ou rotas mais longas.

    Fechando a fileira da desonra, claro, um chefão do Hezbollah libanês, outro integrante do que chamam de eixo da resistência.

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    BAILE DO TRÁFICO

    Em que parte dos mandamentos da religião católica, seguida por Alckmin, está escrito que responsáveis pela morte deliberada de civis inocentes, incluindo crianças, são companheiros com quem dividir honrarias?

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    E em que parte do programa de governo foi ratificada a confraternização com terroristas? Se é isso que significa o bordão desgastado de política externa “ativa e altiva”, todos os brasileiros foram enganados. Diante dos terroristas, nos tornamos “passivos e humildes”.

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    Não foi exatamente uma surpresa a presença de tantos chefes do terrorismo: o Irã considera sua grande missão sustentá-los com armas, dinheiro, mão de obra, apoio logístico e doutrina ideológico-religiosa, com o objetivo declarado de eventualmente varrer Israel do mapa.

    Se alguém é convidado para um baile do tráfico, não pode ficar surpreso sobre a companhia que irá encontrar.

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    A diplomacia obviamente exige muitas vezes a divisão de espaços com figuras nada santas, mas o correto é mandar um funcionário de baixa graduação, não um vice-presidente para compartilhar a primeira fila com terroristas e ouvir gritos de “Morte à América” e “Morte a Israel”.

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    Manter relações com o Irã é uma necessidade do pragmatismo, mas desmanchar-se em rapapés vice-presidenciais é errado eticamente, moralmente e politicamente. O Brasil está tachado aos olhos dos países que cultivam os valores da civilização ocidental como amigo de terroristas e ditadores.

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    A FALSA “BRIGA”

    O programa de governo e o próprio presidente Lula falaram, no campo de política externa, em “reconquistar a credibilidade, a previsibilidade e a estabilidade do país”.

    É defendendo um falso comportamento “neutro” em relação à fraude escandalosa na Venezuela que pretende fazer isso?

    Fazer de conta que existe uma “briga” entre oposição e governo que pode ser resolvida pela “Justiça” é uma mentira embaraçosa para seu próprio autor. A “Justiça” venezuelana é totalmente aparelhada pelo chavismo e a prova mais ostensiva disso foi cassar a candidatura da líder oposicionista María Corina Machado.

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    Com base no enorme desejo de mudança da maioria dos venezuelanos, ela conseguiu virar o jogo e viabilizar a candidatura do diplomata Edmundo González. Deu na grotesca mentira sobre a “vitória” de Nicolás Maduro.

    “MANIPULAÇÃO ABERRANTE”

    Se o atual governo preza tanto a “reconquista” da imagem do país, como é possível que tenha ignorado totalmente o comunicado do Escritório do Secretário-Geral com as seguintes palavras:

    “A pior repressão, a mais vil, é impedir ao povo soluções através de eleições”.

    “Ao longo de todo este processo eleitoral, foi vista a aplicação por parte do regime venezuelano de seu esquema repressivo complementado por ações que tendem a distorcer completamente o resultado eleitoral, fazendo com que esse resultado ficasse à disposição da manipulação mais aberrante”.

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    Nicolás Maduro está dançando de alegria, uma dança maligna considerando-se a situação da Venezuela. Vive falando em “Celso Amorim”, o garantidor do apoio brasileiro disfarçado de “neutralidade”.

    O comunicado da Secretaria-Geral da OEA também não poupou esses atos de cinismo político ao lamentar “a falta de memória cumulativa de atores da comunidade internacional a qual os leva sistematicamente a repetir erros”.

    SEM CARTA BRANCA

    Adicione-se a falta de sorte: se não fosse a explosão do chefe terrorista Ismail Haniyeh, poucos teriam se dado conta da participação lamentável do vice-presidente da República – portanto, representante de todos os brasileiros – na festa em Teerã. Se não fosse a constante verborragia de Maduro, a atuação do virtual chanceler em Caracas poderia ter sido mais disfarçada. Para piorar, depois da manifestação de falsa neutralidade, Maduro ameaçou quem protestar com “no mínimo, no mínimo, quinze anos de prisão”.

    A política externa é prerrogativa do presidente, mas não significa uma carta branca para ele fazer o que quiser, transformando os brasileiros em apoiadores do terrorismo e da ditadura. Ele perde legitimidade e o consenso tácito da população ao fazer isso.

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    O Brasil tem a vantagem de ser um país sem inimigos, sem disputas territoriais e sem comprometimento excessivo com os blocos que disputam a hegemonia mundial ou regional.

    Por que desperdiçar isso e fazer uma política externa de alinhamento com o que existe de pior no mundo? Quem eram os outros altos representantes de países democráticos na primeira fila da posse no Irã? A participação do vice-presidente do Brasil foi um presente para o regime iraniano.

    SUICÍDIO DIPLOMÁTICO

    Pragmatismo com princípios deveria ser a orientação correta e politicamente inteligente. Podemos acabar sem resultados pragmáticos – e já demonstramos que não temos princípios.

    E como podem os bons diplomatas profissionais do Itamaraty aceitar essa partidarização da política externa?

    Não aprenderam nada com o que aconteceu no governo anterior? Este pelo menos corrigiu a ideologização alucinada.

    Nota condenado “o ataque aéreo conduzido por Israel em área residencial de Beirute”, sem mencionar que o atacado era responsável pelo setor da organização terrorista que disparou um foguete do outro lado da fronteira, redundando na morte de doze crianças drusas, e tratá-los como “braço armado do partido libanês Hezbollah”? E “condenar veementemente o assassinato do chefe do Escritório Político do Hamas”? É pior do que vergonhoso e indicador de grave desequilíbrio, inclusive emocional.

    Política e diplomaticamente, é suicida.

    O Irã está prestes a atacar Israel, em retaliação pela morte do terrorista do Hamas, e o Brasil está dando todos os indícios de que lado já se posicionou.

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